A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) acaba de divulgar um estudo que aponta 18 cidades baianas com “altíssimo potencial” para se tornarem centros logísticos.
Se você é empresário do setor, e se animou para investir, calma aí. Fique logo sabendo: falta na maioria desses municípios infraestrutura básica: rodovias em boas condições de trafegabilidade, energia, internet, ferrovias e portos.
Como assim?
Vamos lá.
Veja que acontece em Luís Eduardo Magalhães.
O município é uma potência do agronegócio. Mas a BR-242 é ruim, a Coelba não atende as necessidades da região – falta luz por lá, acredite – e a internet não chega nas fazendas.
Agora pense em Eunápolis e Mucuri, municípios que abrigam gigantes do setor de papel e celulose.
A BR-101 é uma excrescência. A rodovia atravessa o país começando no Rio Grande do Norte e estendendo-se até o Rio Grande do Sul.
O maior trecho fica aqui no estado da Bahia, sabia? São quase 1.000 mil.
E o patético: a rodovia tem centenas de quilômetros duplicados em Pernambuco, Alagoas e Sergipe, aí pula a Bahia e volta a duplicação no Espírito Santo, seguindo adiante.
Não é piada não.
Ai, você, empresário, sugere: “Vamos de trem então”.
Pera, calma.
Não tem ferrovia.
A VLI, que assumiu a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), não investiu um centavo sequer por aqui.
Transformou locomotivas e trilhos em sucatas. Deixou o setor produtivo baiano na mão.
E o mais impressionante: tudo isso, ficou por isso mesmo.
Ninguém é questionado ou processado.
Alguém precisa dizer ao Ministério dos Transporte que a Bahia existe.
Como é que leva esse país a sério?
Zangou
E não é que a Internacional Travessias Salvador (ITS) se zangou com o Ministério Público da Bahia (MP).
Ohhhh…
A concessionária que administra (muito mal) o sistema ferryboat não gostou nada da força-tarefa comandada pelo MP e que está inspecionando os serviços do ferry.
Em nota, a concessionária diz “que lamenta a forma como tem sido tratada por organismos públicos que se utilizam dos meios de comunicação para tentar execrar a imagem de uma empresa concessionária do Governo do Estado e que presta relevantes serviços à sociedade”.
Um outro ponto da nota merece atenção.
Diz a ITS: “A empresa tem se portado de modo a atender todos os requisitos constantes do contrato de concessão celebrado com o poder concedente”.
Não tá não! Não tenta enganar a gente, não, viu?
Tá lá no contrato, que o usuário deve esperar 7, 8, 9 horas para embarcar?
Que a travessia tem que ser feita em ferries sucateados e caindo as pedaços?
Que os banheiros das embarcações devem ser imundos?
Que o terminal não precisa ter certificado de licença do Corpo de Bombeiros?
Que o salão de passageiros não precisa de saída de emergência?
Acorda, Internacional!
Educação em crise
O IBGE divulga, nesta sexta-feira (22/3), números ainda mais assustadores sobre a educação da Bahia.
Os dados são do ano passado, portanto, fresquinhos.
Para se ter uma ideia, apenas 29,9% dos jovens baianos de 18 a 24 anos estudam. É o menor patamar desde 2016.
A Bahia segue ainda como o estado do país com a menor proporção de jovens na universidade (17,1%).
Muito triste!
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