A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) lançou na última quarta-feira, 03, em São Paulo, o 15º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) com um feito que diz muito sobre a dimensão do evento: já na primeira noite, mais de 80% da área de estandes foi comercializada, em uma verdadeira disputa, que atraiu as principais empresas da cadeia produtiva, nacionais e multinacionais. Todas as cotas “Ouro” do evento já foram arrematadas na largada. Este ano, pela primeira vez, serão seis – e não quatro – nesta categoria. Entidades de pesquisa, representantes das associações estaduais e de instituições de setor também estiveram presentes, numa cerimônia que enfatizou a hospitalidade e o carisma do estado-sede da próxima edição: Minas Gerais.
O 15º CBA será realizado entre os dias 22 e 24 de setembro de 2026, no Expominas, em Belo Horizonte, e terá como tema “Algodão Brasileiro: Fibra Natural. Uma jornada com propósito, qualidade e transparência”. A expectativa da Abrapa é de reunir mais de 4,5 mil participantes entre produtores, empresas, instituições e pesquisadores. Além da tradição no cultivo e do posto de terceiro maior produtor de algodão no Brasil – atrás apenas de Mato Grosso e Bahia – Minas também é conhecido pela verticalização na cadeia produtiva, com um grande parque industrial têxtil. Será a segunda vez que o evento acontece em território mineiro. A primeira foi em 2007, em Uberlândia.
O congresso é bianual e tem se superado a cada nova edição. Em comparação à de 2024, a área de exposição cresceu cerca de 16%, saindo de 62 estandes para 70, em 2026. O público do evento também tem incrementado constantemente, desde que a Abrapa assumiu a responsabilidade pela sua realização, há uma década. Em 2015, primeiro ano já sob gestão da associação nacional, o CBA teve público aproximado de 1,3 mil participantes. Já em 2024, o número pulou para mais de 4,2 mil, o que representa 220% de incremento.
O presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, comemorou o êxito no lançamento das vendas e a receptividade do mercado. “O Congresso Brasileiro do Algodão de 2026 será um sucesso. Começamos com o pé direito: a grande maioria das cotas já foi comercializada. Nossa expectativa é superar os recordes de público, conteúdo e negócios anteriores”, afirmou Piccoli.
Já a escolha de Belo Horizonte foi celebrada pelo presidente da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), Daniel Bruxel. “Ficamos muito honrados pela decisão. O CBA é hoje um dos melhores congressos do agro do país, porque envolve toda a cadeia do algodão. Minas tem crescido bastante na cotonicultura; mais do que dobrou sua área e produção nos últimos anos. Além disso, teremos palestras de alto nível, estandes para relacionamento e, claro, a hospitalidade mineira: um bom café e pão de queijo”, prometeu Bruxel. E o que não faltou no evento foi o charme mineiro em cada detalhe, da decoração ao buffet.
Difusão de conhecimento
O Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) é reconhecido como o maior evento técnico-científico da cotonicultura no Brasil. Ele reúne produtores, pesquisadores, técnicos, representantes do Poder Público, empresários e demais elos da cadeia produtiva para discutir desafios e oportunidades do setor, apresentar inovações tecnológicas e debater o futuro da cultura.
Para definir os temas das palestras, uma comissão formada de 11 especialistas se encontra regularmente, durante mais de um ano, e avalia os assuntos que serão levados ao público. “O CBA impacta cerca de 2,5 a 3 mil pessoas do universo da ciência no país. O grande desafio é trazer informação prática para que técnicos, produtores e gerentes saiam do congresso com soluções aplicáveis na fazenda. Ao mesmo tempo, o evento é um espaço para pesquisadores de todo o Brasil apresentarem seus projetos”, afirmou o coordenador científico do evento, Rafael Galbieri, que assumiu o posto de coordenador científico para a edição de 2026, substituindo o pesquisador Jean Belot. Ele é engenheiro agrônomo pela UFSCar, mestre pelo IAC e doutor em Agricultura Tropical pela UFMT e integra o quadro de pesquisadores do Instituto Mato-Grossense do Algodão (ImaMT).
“Nosso propósito, com o CBA, é a difusão do conhecimento, proporcionando relacionamento e networking, mas sobretudo trazendo o que há de mais novo para técnicos e produtores. Não falamos apenas do produtor ou do engenheiro agrônomo, mas de toda a cadeia que orbita a fazenda”, afirmou a diretora de relações institucionais da Abrapa e integrante da comissão organizadora, Silmara Ferraresi.
Ela também ressaltou a diversidade da programação. “Ao longo dos anos, ampliamos os formatos. As plenárias trazem temas mais gerais e inovadores; as salas temáticas priorizam a ciência aplicada ao campo; e os workshops permitem colocar a mão na massa, discutir e trocar experiências. A próxima edição tem tudo para se consagrar como a melhor da história. Mas a gente sempre trabalha para que o melhor CBA seja sempre o que está por vir”, concluiu Silmara.
Expectativa em alta no mercado
Entre os patrocinadores, o clima também é de otimismo. Especialmente para aqueles que conseguiram ser ágeis o suficiente na corrida para garantir seus espaços. O gerente sênior de Marketing Algodão da Basf, Warley Palota, era um deles e lembrou a longa trajetória da empresa com o congresso. “A Basf esteve presente em todos os CBAs. O algodão faz parte do nosso DNA. O evento é uma oportunidade de relacionamento com produtores, técnicos, indústria e de difusão de tecnologias. Será a segunda vez que vou presenciar o congresso em Minas, e a expectativa é positiva. Mesmo diante de um cenário agrícola desafiador, acreditamos que o algodão pode ajudar o produtor a atravessar esse momento. Tem tudo para dar certo no próximo ciclo também.”
Já para o diretor de Marketing e Desenvolvimento de Mercado da América Latina da Sumitomo, Mauro Alberton, a expectativa é de conexão com o mercado. “Estamos ansiosos para participar do 15º CBA. Esperamos clientes, parceiros e consultores para apresentar inovações que possam melhorar ainda mais a qualidade e a produtividade do algodão no Brasil.”
Para o diretor-executivo de algodão da divisão agrícola da Bayer, no Brasil, Fernando Prudente, estar no Congresso representa visibilidade e oportunidade de relacionamento. “Entre os investimentos em congressos, o do algodão se destaca por envolver toda a cadeia, sendo um momento ideal para comunicação e divulgação. Negócios acontecem, mas o foco principal é mostrar nossas inovações. Como a Bayer é uma empresa de tecnologia e inovação, o CBA é uma ótima oportunidade para apresentar novidades. É um momento desafiador, mas acreditamos na importância da cultura do algodão e vamos continuar investindo”, destacou.
A Líder do Portfólio de Algodão da Corteva Agriscience, Cristiane Delic, já adianta que a empresa levará novidades para o evento. “Esta edição, em especial, tem um significado ainda maior para nós, pois em breve traremos ao mercado três grandes inovações para a cultura do algodão”, afirmou. Ela também disse que o Congresso Brasileiro do Algodão é o principal fórum de discussão e inovação da cotonicultura no país. “Renovar nosso patrocínio à 15ª edição reforça o compromisso da Corteva Agriscience em apoiar o desenvolvimento sustentável da cultura e em estar próxima dos produtores, oferecendo soluções que contribuam para a produtividade e a rentabilidade do algodão brasileiro”, concluiu.
Nas palavras do Sócio Fundador e Presidente do Conselho de Administração da AgriConnection, Daniel Dias, o 15º Congresso Brasileiro do Algodão representa muito mais do que um evento técnico-científico para o setor. “É um ponto de convergência entre inovação, pesquisa aplicada, sustentabilidade e os principais atores da cadeia produtiva do algodão no Brasil e no mundo. Para a AgriConnection, estar presente — e, sobretudo, patrocinar pela segunda vez este importante evento — reafirma o compromisso da empresa com o futuro do agronegócio nacional”. Ele afirma ainda que estar entre os patrocinadores do principal evento da cotonicultura brasileira “nos coloca em destaque ao lado de players estratégicos, reforçando nosso posicionamento como uma empresa brasileira de ponta, com atuação técnica, regulatória e comercial em todos os níveis da cadeia — de fornecedores internacionais até o produtor final. Ainda de acordo com Dias, o que levou a companhia a patrocinar pela segunda vez o CBA foi a constatação do impacto positivo da visibilidade gerada, do networking técnico e das oportunidades comerciais.
Para a diretora de Comunicação Mercadológica da Syngenta, Renata Moya, a confirmação da participação da empresa no Congresso Brasileiro do Algodão 2026 “reforça o nosso compromisso com a cotonicultura nacional. Estar presente nesse fórum é levar o DNA da Syngenta de inovação, sustentabilidade e proximidade com os clientes, contribuindo para a evolução de toda a cadeia do algodão no Brasil”, concluiu.