Depois de registrar o melhor janeiro desde 2012, as exportações baianas recuaram 18% em fevereiro em relação ao mês anterior e 13,5% em relação a igual mês de 2016, alcançando US$ 462,6 milhões. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
Apesar do aumento nos preços de algumas commodities já ter reflexos positivos nas vendas externas, como no caso dos derivados de petróleo e petroquímicos que tiveram aumento de 844,2% e 12,8% em suas receitas no mês, os embarques de produtos básicos recuaram 42,5%, resultado direto do fraco volume embarcado de soja, algodão e milho, depois da mais severa estiagem porque passou a região produtora no estado.
Embora tenham ocorrido chuvas na região neste início de ano, o oeste do estado ainda sofre com os efeitos da estiagem e atrasos na colheita. A expectativa porém é que os resultados da safra de grãos a ser colhida neste ano tendam a recompor as perdas do ciclo anterior, incrementando os embarques ao exterior em decorrência da melhora no regime de chuvas e da consequente produtividade média das lavouras.
Contribuiu ainda para a queda das exportações em fevereiro, a redução do volume físico embarcado em 9%, principalmente de produtos agrícolas, metalúrgicos, celulose e pneumáticos, esses três últimos segmentos, afetados pela perda de rentabilidade nos embarques, por conta da valorização do real frente ao dólar. Pesou ainda a redução dos preços médios de exportação, em média 5% comparados ao mesmo mês do ano anterior, revelando que há uma recomposição apenas parcial nos preços das commodities, especialmente as minerais, concentrada em menos produtos, e com magnitude mais modesta.
Importações
As importações também voltaram a cair em fevereiro (-23%) depois de dois meses de alta consecutiva, alcançando US$ 417,6 milhões. Com a queda registrada no mês passado, põe-se em dúvida uma possível retomada da atividade econômica, sobretudo na indústria. As compras de bens intermediários (insumos e matéria primas) tiveram redução de 10,5%, enquanto que as de combustíveis recuaram 38,1% comparadas a igual mês do ano passado.
A destacar as compras de bens de capital, que positivamente continuaram em crescimento pelo décimo mês consecutivo. Em fevereiro o aumento foi de 8%, puxado por células solares, moldes para borracha e equipamentos elétricos.
No bimestre, tanto importações quanto exportações apresentaram resultados positivos. As exportações acusam crescimento de 3,4%, enquanto que as importações o aumento chega a 51,2%. O maior crescimento das importações, no primeiro bimestre, veio de bens intermediários e de combustíveis com alta de 61,3% e de 59,2% sobre igual período do ano passado. Na mesma comparação, houve ainda queda de 24,2% nas compras de bens de consumo e de 17,8% dos bens de capital.