Na vanguarda das ‘pequenas empresas’ no Brasil, os empreendedores negros já somam cerca de 15,6 milhões de comerciantes, de acordo com dados do Sebrae. A chegada do Black November têm estimulado a formalização e a preocupação com a sustentabilidade dos negócios, fundamentais para o crescimento do ecossistema afrocentrado.
Empresas, associações e cooperativas que buscam sustentabilidade encontram, neste período, a oportunidade estratégica para ganhar visibilidade e consolidar suas iniciativas. Com às vendas pré e pós-Black Friday já consolidadas, a reta final de novembro vem sendo o chamariz ideal para os investimentos em gestão, equipes, profissionalização, contabilidade e infraestrutura.
Em um cenário em que 112,7 milhões de brasileiros são autodeclarados negros, de acordo com o Censo 2022 do IBGE, evitar armadilhas burocráticas são essenciais para o desenvolvimento da comunidade afroempreendedora. A expansão desses empreendimentos, por outro lado, exige atenção especial aos registros societários, enquadramento tributário e organização financeira; demandas relacionadas ao setor contábil.
Diante desse cenário, a diretora da Brasís Contabilidade e especialista em assessoria de pequenas empresas, Cristiane Almeida, ressalta a importância de fortalecer a estrutura contábil em empresas, associações e cooperativas, à fim de se consolidarem no mercado. Segundo a especialista, uma gestão contábil sólida é crucial para organizar e proteger o patrimônio dos empreendedores negros, superando as dificuldades da falta de documentação; que segue fechando as portas para investidores.
“Nesses momentos, a consultoria contábil se torna uma parceira estratégica fundamental, auxiliando a organização a crescer de forma segura, eficiente e sustentável. Isso inclui, por exemplo, a realização de diagnósticos financeiros que revelam a real situação econômica do negócio, o planejamento adequado do uso das receitas de vendas e recursos recebidos. No caso das associações, essa aliança reduz os riscos trabalhistas e fiscais; além de fortalecer a imagem da empresa e apoiar a tomada de decisões mais assertivas”, comenta.
A especialista aconselha os afroempreendedores à um maior planejamento das tarefas a serem executadas, acompanhando de perto o processo de validação, identificando pontos de melhoria e conduzindo reuniões semestrais para alinhar estratégias e resultados junto à contabilidade.
“Essas estratégias vão impedir que os principais riscos fiscais, trabalhistas e financeiros surjam à tona, como: não emitir notas fiscais de todas as operações ou emitir com inconsistência com a legislação tributária; pagamentos a maior ou a menor de impostos; envio de informações da empresa para a contabilidade fora do prazo de transmitir a declaração; descumprimento das Legislações Trabalhistas e da Convenção Coletiva, levando a multas e indenizações. E na questão financeira não ter uma visão objetiva dos gastos através de relatórios; desorganização dos recebimentos e pagamentos; e descumprimento das normas de prestação de contas”, explica a consultora.
Com a escalada das microempresas pelos próximos sete anos, Cristiane aconselha fortalecer a estrutura contábil desde já, de modo à superar os desafios enfrentados pela comunidade afroempreendedora. “Essa ajuda vem através da conformidade legal e na organização da gestão tributária, trabalhista e financeira dos empreendedorismos negros, orientando os procedimentos internos e os prazos para o envio de informações à contabilidade nas admissões, rescisões, férias, condições de pagamentos aos fornecedores; na execução financeira das parcerias com empresa públicas e privadas e até no fortalecimento da marca institucional e seus gestores e gestoras”, conclui.
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