As vendas do varejo na Bahia voltaram a cair (-0,9%) em julho em comparação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após o crescimento de 2,3% que havia sido registrado de maio para junho. Nesse confronto, o varejo baiano teve desempenho pior que a média nacional (0,0%) e acompanhou outros 10 estados em que as vendas também recuaram. Os piores resultados foram registrados pelo comércio de Tocantins (-5,3%), Rio Grande do Sul (-2,1%) e Distrito Federal (-2,1%). Dos 16 estados com aumentos nas vendas em julho, frente a junho, os destaques foram os desempenhos de Amazonas (3,0%), Santa Catarina (2,4%) e Roraima (2,2%). Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE.
Apesar do resultado negativo frente a junho, quando a comparação é com o ano de 2016, as vendas do comércio varejista baiano mantiveram-se em alta (0,6%) em julho. Foi o segundo incremento consecutivo das vendas nesse tipo de confronto depois de quase dois anos e meio de recuos seguidos. Em junho, o comércio já havia crescido 1,5% na Bahia. Ainda assim, em relação a julho de 2016, o varejo baiano (0,6%) segue crescendo bem menos que a média nacional (3,1%) e mantém o segundo resultado positivo mais tímido, acima apenas de Mato Grosso do Sul (0,3%).
Dos 27 estados, 7 tiveram quedas nas vendas do comércio em julho nessa comparação, sendo as mais intensas em Goiás (-9,5%), Distrito Federal (-5,6%) e Paraíba (-5,5%). Por outro lado, o varejo teve seus melhores resultados, em julho 2017/ julho 2016, em Santa Catarina (14,2%) e Alagoas (10,3%) e Amazonas (8,2%).
As vendas do varejo baiano seguem em queda no acumulado de janeiro a julho de 2017 (-2,2%) e nos 12 meses encerrados em julho (-6,1%). Ambos os recuos são bem mais intensos que a média nacional (+0,3% e -2,3% respectivamente), mas seguem numa trajetória de desaceleração do rito de perdas desde o início de 2017.
Dos 27 estados, 17 ainda apresentam queda nas vendas do varejo no acumulado de 2017 e 22 seguem com resultados negativos para o acumulado em 12 meses.
Automóveis e material de construção
Na Bahia, as vendas do comércio varejista ampliado – que engloba o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção – cresceram 1,6% na comparação julho 17/ julho 16, mais que o varejo restrito (0,6%), mas mantendo desaceleração em relação aos resultados de junho (2,5%) e maio (3,6%). Nessa comparação, o varejo ampliado na Bahia cresceu bem menos que a média nacional (5,7%).Ta nto as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (2,4%) quanto as de material de construção (7,3%) cresceram em julho, na Bahia.
Em 2017, entretanto, o varejo ampliado baiano ainda acumulado queda de 1,4% (frente a uma média nacional positiva em 1,1%) e, nos 12 meses encerrados em julho, as perdas somam 5,0% (frente a uma média nacional de -2,8%).
Móveis, eletrodomésticos, tecidos, vestuários e calçados
Em relação ao mesmo mês do ano passado, em julho/17, na Bahia, apenas 2 das 10 atividades do varejo e varejo ampliado tiveram resultados negativos: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-14,6%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-9,4%). Dentre as 8 atividades em que houve aumento das vendas, os destaques, em termos de magnitude do crescimento, foram para os setores de Móveis e eletrodomésticos (38,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (22,5%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (20,2%).
Pelo seu peso importante na estrutura do comércio baiano, a atividade de móveis e eletrodomésticos foi a principal influência no resultado positivo do mês de julho. Ela já tem um crescimento acumulado de 19,8% no ano de 2017 e é uma das duas atividades que mostram resultados positivos no acumulado em 12 meses (1,5%), ao lado de Livros, jornais, revistas e papelaria (10,0%).
O crescimento nas vendas de tecidos, vestuário e calçados (8,7%), embora mais modesto em magnitude, também contribuiu de forma significativa para a alta do comércio baiano em julho, dada a importância da atividade na estrutura do varejo.
Por outro lado, as vendas dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo (-14,6%) exerceram a principal pressão de baixa, impedindo que o comércio baiano tivesse um resultado ainda melhor em julho.
Os hiper e supermercados são a atividade de maior peso no comércio baiano e seguem com quedas sucessivas nas vendas há mais de dois anos, desde maio de 2015 (-4,9%), sem mostrar ainda redução importante do ritmo de recuo. Só em 2017, o setor acumula perdas de 13,0%.