[dropcap]A [/dropcap]estimativa de agosto para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos), em 2017, totalizou 8.057.397 toneladas, o que representa um crescimento de 45,4% em relação à safra de 2016 (5.540.033 toneladas). A área a ser colhida com grãos está estimada em 3.022.544 hectares, mantendo-se em crescimento (8,6%) frente a 2016 (2.783.318 hectares).
Em relação às informações de julho, a estimativa de produção baiana de grãos foi revista para cima, com um leve aumento de 0,2% (+14.186 mil toneladas), apesar de a área a ser colhida ter permanecido praticamente igual. A revisão para cima de um mês para o outro foi resultado de aumento na estimativa de rendimento médio de algumas lavouras importantes, como algodão herbáceo (+2,9%, de 3.969 kg/ha para 4.084 kg/ha).
Em relação a 2016 (45,4%), o crescimento previsto para a safra de grãos baiana supera a média nacional (30,4%), que teve uma revisão para baixo (-0,5%) de julho para agosto. A Bahia se mantém como o oitavo estado produtor de grãos do país, responsável por 3,3% da safra nacional, estimada em 240,9 milhões de toneladas. Mato Grosso permanece na liderança, sendo responsável por ¼ da produção (25,8%), seguido pelo Paraná (17,5%) e Rio Grande do Sul (15,2%).
As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.
Dos 35 produtos investigados pelo LSPA na Bahia, 18 devem ter safra maior em 2017, na comparação com o ano passado. As produções que mais devem crescer no estado são as de café canephora (79,7%), tomate (73,1%) e milho 2ª safra (72,1%).
Safra baiana de algodão deve ser 4,8% maior
A safra nacional de algodão herbáceo em 2017 (3.733.887 toneladas) deve ser 10,5% maior que a de 2016 (3.378.197 toneladas). Ela foi revisada para cima em 0,6%, de julho para agosto, em razão, sobretudo, do aumento previsto de 2,9% na produção baiana, de 810.234 toneladas na estimativa de julho para 833.490 toneladas em agosto.
Esse aumento, de um mês para o outro, na safra de algodão na Bahia se deu em razão da revisão para cima (+2,9%) do rendimento médio das lavouras, que passaram de uma produtividade de 3.969 kg/hectare para 4.084 kg/hectare.
Assim, a safra de algodão herbáceo baiana de 2017 (833.490 toneladas) deve ser 4,8% maior que a de 2016 (795.164 t), apesar da redução de 20,6% na área a ser colhida (de 257.185 hectares em 2016 para 204.100 hectares neste ano).
A Bahia responde por 22,3% da safra nacional de algodão herbáceo e é o segundo maior produtor, atrás apenas de Mato Grosso, que responde por 66,6% do total nacional. O algodão é o terceiro grão mais importante na Bahia, representando 10,3% da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas do estado.
Produção de cacau na Bahia deve cair 18,6%
A estimativa de produção nacional de cacau em agosto é de 224,2 mil toneladas, 4,8% menor que a de julho (235.631 t), em razão de reduções nas áreas plantadas (-6,5%) e a serem colhidas (-7,4%), sobretudo na Bahia.
O estado é o segundo maior produtor de cacau do país, com 42,2% do total nacional, mas tem uma previsão de safra em 2017 18,6% menor que a do ano passado (94.522 toneladas frente a 116.122 toneladas), com quedas tanto na área a ser colhida (-16.7%, de 500.043 hectares para 450.043 hectares) quanto no rendimento médio (-2,3%, de 215 kg/ha para 210 kg/ha).
De julho para agosto, a produção baiana de cacau foi revista para baixo (-10,0%), em razão de queda na área a ser colhida (-10,0%). As condições climáticas também não estão favorecendo a produção. No sul do estado, por exemplo, fortes chuvas e queda na temperatura média continuam retardando o amadurecimento dos frutos a serem colhidos na safra temporã.
Apesar da revisão para baixo na estimativa de agosto, a safra brasileira de cacau em 2017 (224,2 mil toneladas) ainda deverá ser 4,7% maior que a de 2016, em razão do aumento de 19,5% no rendimento médio das lavouras.
O Pará é o principal produtor, devendo produzir 116,4 mil toneladas em 2017 (51,9% do total), 35,7% a mais que em 2016 (85,8 mil toneladas), com aumento de área a ser colhida (1,6%) e de rendimento médio (33,6%). As condições climáticas vêm sendo favoráveis às lavouras paraenses.