Cinquenta alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de escolas municipais públicas de Camaçari iniciaram hoje o curso de Robótica. Os jovens, com idades entre 14 e 16 anos, serão desafiados a criar soluções inovadoras para situações da vida real, bem como programar robôs autônomos. O treinamento, de 160 horas, é pautado pela metodologia Lego Robótica, que permite aos estudantes desenvolver habilidades e competências voltadas para o trabalho em equipe, liderança, solução criativa de problemas, pensamento crítico, gerenciamento de tempo, projetos e comunicação. As aulas vão até o dia 1º de novembro e, ao final da formação, será realizado um minitorneio de robótica, previsto para o dia 9 de novembro no Shopping Boulevard Camaçari.
Durante a aula inaugural foi realizada palestra de Yasmim Thasla, de apenas 18 anos, que tem uma história inspiradora na área de Robótica. Ela foi a primeira garota a se destacar em uma competição regional de robótica promovida pelo SESI na Bahia. Atualmente, ela cursa Engenharia da Computação no Senai-Cimatec e, em julho passado, ficou entre as 30 pessoas escolhidas entre 10 mil inscritos de todas as partes do mundo para participar de um programa de verão na Universidade San Jose, no Vale do Silício. Durante duas semanas ela visitou grandes empresas, como Google, Apple e NetApp, que trabalha com armazenamento de dados, área em que ela pretende se especializar. “As pessoas acham que programar é difícil, mas todo mundo pode aprender. A gente precisa democratizar o conhecimento”, disse Yasmim.
O curso, promovido pelo Ford Motor Company Fund, braço filantrópico da empresa, em parceria com o Sesi e a Secretaria de Educação de Camaçari, ajuda a fortalecer a capacidade de inovação, criatividade e raciocínio lógico, inspirando os alunos a seguir carreiras no ramo da engenharia, matemática e tecnologia. O uso da robótica também incentiva o aluno a verbalizar seus conhecimentos e experiências e a desenvolver a capacidade de argumentação, o raciocínio e a lógica na construção de algoritmos e programas para controle de mecanismos. Promove também a integração de conceitos de áreas como matemática, física, eletrônica, mecânica e arquitetura, além do envolvimento ativo do aluno na formulação de hipóteses, pesquisa e exploração de ideias.
Visão de mundo
Para Murilo Oliveira dos Santos, 15 anos, estudante da Escola Yolanda Pires e paratleta de jiu-jitsu, o curso de robótica serve para ampliar a visão de mundo. “Esse curso nos permite ter um olhar diferente do mundo e encarar de outra forma todas as tecnologias que vêm crescendo. Precisamos ser determinados, interativos e tentar evoluir em busca dessas novas experiências”, afirmou.
Kayane Silva dos Santos Souza, 15 anos, aluna da Escola Ilay Garcia Ellery, acredita que essa é a chance de agarrar a oportunidade. “Eu não sabia muito sobre robótica e essa palestra abriu minha mente. Foi um incentivo. Minha expectativa é que esse curso me leve mais longe.” A jovem ainda tem dúvidas se quer cursar Engenharia Química ou Engenharia Mecânica, mas tem certeza de que deseja aproveitar bastante essa porta que se abriu, pois não são todos que têm uma oportunidade como essa. “Quero inclusive começar a estudar inglês porque já percebi que vai ser fundamental”, disse ela, estusiasmada.
Esta é a segunda turma do curso de Robótica, que conta com 25 alunos na parte da manhã e mais 25 à tarde. No ano passado, foi realizada a primeira edição do treinamento, que contou com 25 alunos.