A terceira estimativa para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos) em 2020 prevê, em março, uma produção de 8.700.531 toneladas neste ano. Isso representa um aumento de 5% (ou mais 416.871 toneladas) em relação à safra de 2019 (8.283.660 toneladas).
A previsão de março está 1,0% menor que a de fevereiro, quando a estimativa para o ano era de uma safra de 8.785.931 toneladas no estado. Isso ocorreu por conta da revisão para baixo na estimativa de produção baiana de algodão herbáceo em 2020, que chegou a 1.380.000 toneladas em março, 9,2% menor (-140 mil toneladas) que a do mês anterior (que tinha sido de 1.520.000 toneladas).
A menor previsão de safra de algodão na Bahia se deu em razão de uma expectativa de redução na área plantada, de 350 mil para 315 mil hectares, na passagem de fevereiro para março (-10%).
Com isso, a produção baiana de algodão em 2020 (1,380 milhão de toneladas) deve ficar 7,6% menor que a de 2019 (1,494 milhão de toneladas).
No país como um todo, também houve revisão para baixo na estimativa de produção do algodão neste ano. Em março, a previsão foi de uma safra nacional de 6,7 milhões de toneladas, 3,8% abaixo da previsão de fevereiro.
Em Mato Grosso, maior produtor do país, a previsão de safra 2020 do algodão foi revisada para baixo em 2,4% e deve chegar a 4,6 milhões de toneladas (-0,6% frente a 2019). A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do Brasil.
Apesar do pior desempenho do algodão, em nível nacional a estimativa de março para a safra de grãos 2020 ainda é de recorde na série histórica do IBGE, chegando a 245,2 milhões de toneladas, 1,5% superior à de 2019 (que foi de 241,5 milhões de toneladas), mas apresentando uma redução (-1,6% ou menos 3,9 milhões de toneladas) em relação ao estimado em fevereiro.
As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.
A partir das informações desta terceira estimativa, a Bahia deve se manter, em 2020, com a oitava maior produção de grãos do país, respondendo por 3,5% do total nacional. Mato Grosso deverá continuar na liderança da produção nacional de grãos neste ano, respondendo por 28,1% do total, seguido, mais uma vez, por Paraná (16,4%) e Rio Grande do Sul (11,5%).
Produtos investigados
Com a revisão para baixo na estimativa da produção baiana de algodão em 2020, a previsão agora é que 11 das 25 safras de produtos investigadas pelo LSPA no estado sejam maiores que as de 2019. Em fevereiro, levando em conta uma alta do algodão, a previsão era de 12 safras maiores neste ano.
As produções com previsão de maior crescimento, em termos absolutos, no estado continuam sendo as de soja (+212.600 toneladas ou +4,0%), milho 1ª safra (+159.600 toneladas ou +11,7%) e milho 2ª safra (+ 82.800 toneladas ou +30,0%).
Por outro lado, cana-de-açúcar (-164 mil toneladas, -3,9%) e banana (-134,3 mil toneladas, ou -12,9%) seguem liderando as quedas absolutas de produção, com o algodão herbáceo (-114 mil toneladas, ou -7,6%) entrando na terceira posição.
A boa notícia na estimativa de março para a produção agrícola na Bahia ficou por conta da revisão para cima na safra prevista de cacau, frente ao estimado em fevereiro.
Em 2020, devem ser produzidas 122.018 toneladas de amêndoas de cacau no estado, 11.960 toneladas a mais do que o previsto em fevereiro (+10,9%) e 17 mil toneladas a mais que no ano passado (+16,2%).