Entre 2018 e 2019, o setor empresarial de serviços viu seu tamanho encolher 2,1% na Bahia. Em um ano, o estado perdeu 1.056 empresas de serviços, passando de um total de 50.093 em 2018 para 49.037 em 2019. A queda veio depois de um crescimento de 2,6%, entre 2017 e 2018 (mais 1.268 empresas no período). Com a queda no número de empresas, em 2019 o setor empresarial de serviços na Bahia estava 4,0% menor, ou seja, com menos 2.032 empresas do que tinha em 2016, quando havia atingido seu maior tamanho (51.069 empresas).
Apesar disso, se manteve como o sétimo maior do país e maior do Norte-Nordeste, posições que ocupa desde 2007, quando se iniciou a nova série da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do IBGE. São Paulo (496.628 empresas em 2019), Minas Gerais (144.689) e Paraná (122.541) lideram nesse ranking desde 2015.
No Brasil como um todo, houve aumento no tamanho do setor de serviços, de 1.349.755 empresas ativas em 2018 para 1.371.590 em 2019 (mais 21.835 empresas, ou +1,6%). Apesar do crescimento nacional, 15 das 27 unidades da Federação viram o o setor encolher nesse período.
A queda absoluta no número de empresas do setor de serviços na Bahia (-1.056) foi a sexta maior do país no período. Os piores resultados, em termos absolutos, ocorreram no Rio de Janeiro (-2.462), no Ceará (-2.194) e em Mato Grosso do Sul (-1.808). Por outro lado, os maiores aumentos foram registrados em São Paulo (14.665), Santa Catarina (7.694) e Rio Grande do sul (5.850).
Percentualmente, a queda registrada na Bahia (-2,1%) foi a 12ª mais intensa do país. Nesse indicador, Mato Grosso do Sul (-9,5%), Maranhão (-9,5%) e Ceará (-7,4%) tiveram os piores resultados, enquanto s maiores avanços percentuais ocorreram na Paraíba (11,8%), em Sergipe (10,1%) e Santa Catarina (9,5%).
Mesmo com o saldo negativo no total de empresas ativas, entre 2018 e 2019 houve aumento do número de pessoas trabalhando no setor de serviços baiano, pelo segundo ano consecutivo. No pré-pandemia, 536.968 pessoas estavam ocupadas nas empresas de serviços do estado, 0,5% a mais do que em 2018 (534.083 empregados), o que correspondeu a um saldo positivo de mais 2.885 trabalhadores em um ano.
Apesar disso, o total de trabalhadores no setor em 2019, no estado, ainda era 6,5% menor (menos 37.110 pessoas ocupadas) do que o verificado em 2014 (574.078 ocupados), quando esse número havia chegado ao seu ponto máximo.
Desde 2017, a Bahia tem o sétimo maior número de pessoas ocupadas nas empresas de serviços, dentre as unidades da Federação, num ranking historicamente liderado por São Paulo (4,5 milhões de trabalhadores em 2019), Rio de Janeiro (1,3 milhão) e Minas Gerais (1,2 milhão).
No país como um todo, também houve ganho de postos de trabalho no setor empresarial de serviços, de 12.566.123 pessoas ocupadas em 2018 para 12.836.057 em 2019 (2,1% ou 269.934 pessoas ocupadas). Ao contrário do que ocorreu com o número de empresas, a maior parte das unidades da Federação (21 de 27) viu crescer o número de trabalhadores no setor de serviços, no período.
Os três melhores resultados, em termos absolutos, ficaram com São Paulo (mais 76.760 pessoas ocupadas ou +1,7%), Paraná (+43.529 ou +5,5%) e Santa Catarina (+40.197 ou +6,8%). A Bahia teve o 15o maior saldo positivo dentre os estados (+2.885).
Atividades imobiliárias
A redução no tamanho do setor de serviços na Bahia, entre 2018 e 2019, foi puxada, tanto em termos absolutos quanto proporcionalmente, pelas empresas de atividades imobiliárias. Em um ano, elas passaram de 2.216 para 1.582 (634 empresas a menos ou -28,6%).
Em seguida vieram as empresas do segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (de 6.952 para 6.323 empresas, menos 629 ou -9,0%), lideradas fortemente pela atividade de transporte rodoviário (de 5.790 para 5.200, menos 590 ou -10,2%).
No outro extremo, a atividade de serviço que mais aumentou seu número de empresas, em termos absolutos e percentuais, foi a de ensino continuado (de 1.411 para 2.008 em 2019, mais 597 empresas ou +42,3% em um ano). Em segundo lugar veio o segmento de serviços de informação e comunicação, que passou de 2.435 para 2.826 empresas (mais 391 ou +16,1% em um ano).
O grande grupo dos serviços prestados às famílias é o que tem mais empresas na Bahia: 17.364 em 2019, representando pouco mais de 1 em cada 3 empresas de serviços atuantes no estado (35,4%). Ele cresceu 0,5% frente a 2018, quando reunia 17.273 empresas.
Por sua vez, o aumento no pessoal ocupado no setor de serviços na Bahia, entre 2018 e 2019, foi impulsionado pelo segmento de outras atividades de serviços, onde o número de empregados cresceu 35,0% em um ano, de 23.862 para 32.205 (+8.343 empregados) – as maiores altas absoluta e percentual.
Fazem parte desse grupo os serviços auxiliares da agricultura, pecuária e produção florestal; serviços auxiliares financeiros, dos seguros e da previdência complementar; e serviços de esgoto, coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de materiais.
O grupo de serviços de informação e comunicação também se destacaram com o segundo maior aumento absoluto de trabalhadores. Em 2018, o segmento empregava 21.945 pessoas na Bahia, com o número passando para 25.219 pessoas no ano seguinte (+3.274 empregados ou 14,9% no período).
Por outro lado, o segmento que mais emprega no estado, o de serviços profissionais, administrativos e complementares, apresentou a maior queda no número de trabalhadores, entre 2018 e 2019, de 232.597 para 223.332 (menos 9.265 empregados ou -4,0%). Ainda assim, era responsável por 4 em cada 10 pessoas ocupadas nas empresas de serviços, na Bahia (41,6%).
Receita bruta dos serviços continuou em alta
Além do resultado positivo no emprego, o setor empresarial de serviços baiano também teve, em 2019, aumento da receita bruta pelo terceiro ano consecutivo.
Ela ficou em R$ 62,898 bilhões, 8,5% maior em termos nominais (sem levar em conta a inflação do período) que a de 2018 (R$ 57,9178 bilhões). Chegou, assim, a seu maior patamar desde o início da nova série histórica da PAS, em 2007.
Desde 2012, a Bahia se mantém com a sétima maior receita bruta de serviços no país e a líder do Norte-Nordeste. Ao longo de toda a série, São Paulo (R$ 837,3 bilhões em 2019), Rio de Janeiro (R$ 228,7 bilhões) e Minas Gerais (R$ 148,5 bilhões) lideram esse ranking.
De 2018 para 2019, a Bahia mostrou seu terceiro aumento seguido de participação na receita bruta total de serviços na região Nordeste, sustentando ligeiras altas desde 2017 e chegando a uma fatia de 31,5% no pré-pandemia.
Entretanto, considerando-se um período mais longo, de dez anos, a Bahia é o estado que mais perde participação na receita de serviços do Nordeste, de 34,0% em 2010 para 31,5% em 2019.
Nesse intervalo de tempo, o Ceará foi quem mais ganhou participação na receita do setor na região (de 15,2% para 17,9%).