O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,28% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em novembro. O indicador desacelerou frente ao resultado de outubro (0,48%), ficando, porém, acima do verificado em novembro de 2023 na região, quando houve deflação (-0,17%).
Com isso, a inflação de novembro na RMS foi a 4ª mais baixa entre os 16 locais pesquisados separadamente no país e menor do que a registrada no Brasil como um todo, onde o IPCA ficou em 0,39%. Todos os locais tiveram altas no mês, liderados por Rio Branco/AC (0,92%), Campo Grande/MS (0,63%) e RM Belo Horizonte/MG (0,57%). Os menores índices foram os da RM Porto Alegre/RS (0,03%), Grande Vitória/ES (0,16%) e Aracaju/SE (0,24%).
Com o resultado de novembro, o IPCA da RMS acumula alta de 3,75% nos 11 primeiros meses de 2024. Segue abaixo do índice nacional (4,29%) e é o 4º mais baixo entre os 16 locais pesquisados. Passou a ficar, porém, acima do registrado no mesmo período de 2023 na região (3,61%).
Nos 12 meses encerrados em novembro, a inflação na RMS acumula alta de 4,62%, acelerando em relação ao índice de outubro (que havia sido 4,15%), e também ficando acima do acumulado para o mesmo período em 2023 (que tinha sido de 4,01%). Segue, porém, menor do que o acumulado no Brasil como um todo (4,87%) e é o 11º índice entre os 16 locais pesquisados.
Produtos
A inflação de novembro na Região Metropolitana de Salvador oi resultado de altas nos preços em 6 dos 9 grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. Em novembro, o grupo alimentação e bebidas (1,50%) registrou o maior aumento médio e exerceu a principal contribuição para a alta da inflação de novembro na RMS.
A alta mensal dos preços da alimentação na região foi a mais intensa em 30 meses, desde abril de 2022 (quando havia sido de 2,22%), e maior para um mês de novembro em 4 anos, desde 2020 (quando havia sido de 2,11%).
O aumento dos preços do grupo, no mês, foram influenciados principalmente pelas carnes (9,67%), que apresentaram sua maior alta mensal na região há quase 5 anos, desde dezembro de 2019 (quando havia sido de 17,28%). Itens como a costela (14,17%), a alcatra (10,53%) e o chã de dentro (7,81%) exerceram forte pressão inflacionária.
Por outro lado, as frutas (-3,38%), como o maracujá (-19,67%, item com a maior deflação) e a manga (-17,34%) registraram queda de preço e ajudaram a segurar a alta geral dos alimentos na RMS.
Despesas pessoais
O grupo das despesas pessoais (0,89%) apresentou o segundo maior aumento médio de preços na RM Salvador em outubro e deu a segunda contribuição mais importante para a alta da inflação no mês. O grupo foi puxado com mais força pela alta do preço do cigarro (11,61%).
Os transportes (0,12%) tiveram uma discreta alta em novembro — a 6ª maior e a 5ª mais relevante para o índice geral da região. Porém, o grupo contou com o aumento dos preços da passagem aérea (22,79%), item que individualmente mais elevou o custo de vida da RMS. Por outro lado, a queda da gasolina (-2,20%) foi a 2ª mais importante para segurar a inflação da região no mês.
Entre os três grupos de produtos e serviços com queda média geral de preços na RM Salvador em novembro, a habitação (-1,38%) teve a maior deflação e foi o que mais segurou o IPCA da região no mês.
A deflação do grupo foi puxada pela energia elétrica residencial (-6,22%), item que, individualmente, mais segurou a inflação da RM Salvador em novembro. Por outro lado, a alta do gás de botijão (2,12%) freou a queda geral dos preços da habitação na região.
Os outros grupos a registrarem deflação em novembro na RM Salvador foram os de artigos de residência (-0,54%) e educação (-0,05%).
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