O comércio varejista na Bahia registrou uma redução nas vendas de 7,5% em novembro passado, na comparação com igual mês de 2015. Esta foi a 11ª variação negativa, mantendo uma trajetória de queda verificada desde janeiro de 2015. O comportamento negativo nos negócios também se verificou no varejo nacional, que registrou a taxa negativa de 3,5% na mesma base de comparação.
Na análise sazonal (comparação com o mês imediatamente anterior, ou seja, outubro), a taxa do comércio varejista no estado foi positiva em 1,8%, muito provavelmente em razão do período, pois nesse mês alguns consumidores recebem parcela do 13º. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em âmbito nacional, e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan).
Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a novembro de 2016, revelam que todos os segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento negativo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: móveis e eletrodomésticos (-15,1%); livros, jornais, revistas e papelaria (-12,9%); tecidos, vestuário e calçados (-12,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-10,8%); combustíveis e lubrificantes (-7,0%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,1%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-2,7%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico(-0,8%). No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variação negativa o de eletrodomésticos com 15,7%, e o de móveis com 13,7%. Quanto ao de Hipermercados e supermercados a variação foi nula.
Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento negativo das vendas na Bahia, por ordem decrescente têm-se: Móveis e eletrodomésticos; Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; e Combustíveis e lubrificantes.
Móveis
Em novembro, o segmento de móveis e eletrodomésticos exerceu a principal influência para a queda nas vendas. Esse comportamento reflete não somente a queda na renda disponível, mas também a seletividade do crédito, resultando no elevado custo de financiamento. Nesse mês, o desempenho das vendas desse segmento foi determinado, principalmente, pela manutenção de altas taxas de juros nas operações de crédito às pessoas físicas, entre novembro de 2016 e novembro de 2015.
O segundo a contribuir negativamente para o comportamento das vendas na Bahia foi hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista. Esse comportamento se repete pelo décimo nono mês consecutivo.
A atividade de combustíveis e lubrificantes foi o terceiro segmento de maior peso para a queda verificada nas vendas. Esse comportamento continua sendo atribuído ao menor ritmo da atividade econômica, e ao menor poder de compra da população.
Comportamento do comércio varejista ampliado
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou, em novembro, decréscimo nas vendas de 6,1% em relação à igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 11,9%.
O segmento de veículos, motos, partes e peças registrou variação negativa de 1,2%, em relação à igual mês do ano anterior. Esse ritmo de queda menos intenso se deve, apesar das incertezas sobre o cenário econômico, à prática utilizada pelas concessionárias em realizar promoções para escoarem o estoque de carros novos nos pátios. Em relação ao segmento material de Construção, a queda nas vendas no mês de novembro foi negativa em 7,8%, comparado ao mesmo mês do ano de 2015.