Em época de crise, a economia colaborativa, modalidade de relação comercial onde as pessoas trocam ou compartilham objetos e serviços, com vantagens para ambas as partes vem crescendo. Além de dividir carros e escritórios, já é possível comprar ou alugar imóveis e barcos, onde a pessoa também tem a possibilidade de se divertir e desfrutar desses bens.
Impulsionado pela internet, o compartilhamento de casas na praia ou no campo é uma tendência na Europa que acaba de chegar ao Brasil através do empresário e advogado Marcos Nieto que criou o site querocompartilhar.com.br. Por meio desse sistema, as pessoas podem dividir as despesas com a compra e manutenção e compartilhar esses bens de forma programada.
“Além do investimento para aquisição do bem, muitas vezes, as despesas mensais e com sua manutenção acabam inviabilizando o negócio. Com o compartilhamento, a pessoa pode adquirir uma quota do imóvel, dividindo seu valor com outras pessoas. Se mais tarde ela quiser vendê-la, pode oferecer para o grupo que compartilha o imóvel com a vantagem que o valor da quota é bem menor que o de um imóvel e, com isso fica, mais fácil fechar o negócio”, acrescenta o executivo.
Com mais de 500 imóveis cadastrados, o site oferece casas e apartamentos no Guarujá, Riviera de São Lourenço, São Sebastião, Ilha Bela e Campos do Jordão com preços entre R$ 300 mil e R$ 12 milhões. Já, os barcos têm valores entre R$ 60 mil e R$ 2 milhões. A intenção do executivo é fazer novas parcerias com imobiliárias, proprietários e estaleiros para ampliar a atuação do serviço e oferecer mais opções para venda ou locação.
“Muitas vezes a pessoa que compra um imóvel para lazer acaba tendo mais prejuízos que benefícios. Como não consegue viajar com a frequência desejada por causa de outros compromissos, acaba abandonando a casa e gastando mais na hora de fazer sua manutenção e, às vezes, a estadia, que poderia ser tranquila, se torna um pesadelo”, explica Nieto.
Locação – Além da compra, o site também oferece a oportunidade de locação dos imóveis e embarcações. Se a pessoa não quiser adquirir o bem, pode aluga-lo durante um ano e depois optar por comprar uma quota. É uma forma de “experimentar” o compartilhamento e ver se gosta do sistema.
“Conheci esse formato em uma das minhas viagens ao exterior. Falei com alguns amigos e decidimos compartilhar uma casa e uma lancha. Dividimos os valores de uma mansão e de um barco em quatro quotas e também os custos mensais e a estadia da embarcação. Os R$ 8 mil que iríamos gastar por mês com a locação foram divididos em quatro partes e cada um pagava R$ 2 mil para usar a casa e o barco durante uma semana por mês, nos 12 meses do ano”, acrescenta o empresário.
Para que o compartilhamento dê certo é preciso ter alguém de fora para fazer a gestão e garantir que a casa tenha a cara do proprietário, com seus objetos pessoais e outros detalhes, para que ele possa se sentir o dono exclusivo durante a sua estadia no imóvel. Além de fazer a intermediação dos negócios, a querocompartilhar.com.br também presta o serviço de administração do compartilhamento.
“Enquanto a pessoa não usa a casa, guardamos suas coisas e quando ela for usar, arrumamos e cuidamos dos mínimos detalhes para que ela se sinta em casa. Se a pessoa quiser uma casa com as fotos da família e com a geladeira cheia, providenciamos para que ela encontre tudo da forma como pediu. Para isso cobramos uma taxa de administração que inclui os serviços que ela desejar”, justifica.
Para viabilizar o projeto, Nieto já investiu US$ 80.000 e mantém uma equipe de colaboradores que fazem parcerias com imobiliárias e estaleiros para que anunciem seus bens no site. A receita da empresa é proveniente de comissão paga pelo proprietário do bem gerada com a realização dos negócios. “Através do compartilhamento quero transformar sonhos em realidade, aquecer a economia e mudar o turismo de pequena distância, estimulando as pessoas a viajarem para esses locais de veraneio”, finaliza.