Os pequenos produtores rurais da comunidade São Francisco, no Prado (BA), receberam no dia 6 de agosto, uma plantadeira mecanizada de mandioca e a implantação de uma Unidade Demonstrativa de produção, com diferentes variedades de mandiocas de alta produtividade, além de um treinamento de cultivo baseado em Boas Práticas Agrícolas. O investimento é uma parceria firmada entre a Suzano, Fundação Banco do Brasil e o Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro).
O objetivo é que a área seja referência em mandiocultura e sirva de modelo a ser seguido pelos demais produtores locais e que a plantadeira auxilie no melhor aproveitamento de tempo, esforço e traga melhores condições ergonômicas aos produtores. “O projeto vai ajudar a potencializar a cadeia da mandioca no território, transformando a vida dos pequenos produtores, agregando valores e fortalecendo a produção regional”, ressalta o analista de Relacionamento Social da Suzano, Elton Ray Silva Santiago.
A Comunidade São Francisco tem em torno de 65 famílias e 40 delas fazem parte da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Itamaraju (APPRI). A comunidade sobrevive da agricultura familiar, sendo os principais produtos a mandioca, o café, urucum, hortaliças e a polpa de frutas.
Plantadeira
A plantadeira mecanizada de mandioca foi doada para uso comum dos agricultores de São Francisco. O equipamento tem a capacidade de cultivar em torno de 10 a 15 hectares por dia, fazendo com que os agricultores ganhem tempo e aumento da produção. Durante a doação da máquina, os produtores tiveram uma aula prática de utilização do equipamento.
“Com a mecanização, o plantio e a adubação são feitos juntos, acelerando o processo. Dessa forma é possível aumentar a produtividade e diminuir o tempo de colheita”, afirma o agricultor Jonatas Nogueira Soares, acrescentando ainda que as comunidades do entorno também serão beneficiadas. “Nós estamos situados num raio de 10 km que engloba cerca de 500 famílias, incluindo os assentamentos Corte Grande, São João e Jaci Rocha, que também serão atendidos com o equipamento. Essa é uma estratégia desde a implantação e da discussão do projeto com a Suzano e a Fundação Banco do Brasil”, explica.
Unidade Demonstrativa
Os produtores da comunidade São Francisco também ganharam uma Unidade Demonstrativa, local responsável por realizar capacitações e assistências técnicas voltadas à cultura da mandioca, além do fornecimento de diferentes variedades, mais adaptadas às condições climáticas da região.
A expectativa é que o projeto aumente significativamente a produção de mandioca para atender a demanda da agroindústria da comunidade, que está em fase final de instalação. “A obra da nossa farinheira iniciou em 2019, mas com a pandemia acabou atrasando, e agora a gente está na fase final de construção, assim como a aquisição dos equipamentos de produção de farinha e fécula”, explica Jonatas Nogueira Soares. A obra é um investimento do Governo do Estado da Bahia junto ao Banco Mundial e apoio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).
Projeto engloba dois estados
O investimento é uma das ações do projeto de incentivo ao desenvolvimento da cadeia produtiva da mandiocultura no Norte do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia, que foi lançado em março deste ano pela Suzano, Fundação Banco do Brasil e Cedagro.
O Investimento total do projeto será de R$2,6 milhões e beneficiará diretamente seis diferentes municípios capixabas e baianos (Aracruz e Conceição da Barra, no ES; Alcobaça, Caravelas, Mucuri e Prado na Bahia), totalizando 628 famílias de pequenos produtores rurais, quilombolas, indígenas, jovens e mulheres.
Conforme o analista de Relacionamento Social da Suzano, Elton Ray Silva Santiago, muitos pequenos produtores rurais e comunidades do Espírito Santo e Bahia sobrevivem da prática da mandiocultura, e o projeto tem como objetivo atuar nas lacunas da cadeia produtiva com assistência técnica a agricultores, estruturação de farinheiras para o beneficiamento e entendimento e inserção da produção no mercado local e regional.
“A organização e o planejamento da produção, a estruturação das farinheiras dessas regiões e o estímulo ao acesso a novos mercados oportunizam um novo olhar para a atividade de mandiocultura e uma nova perspectiva de vida para as famílias envolvidas, justificando os investimentos necessários em infraestrutura, equipamentos e melhoria dos processos de produção propostos pelo projeto”, enfatiza Santiago.
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