O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 94 pontos em dezembro, um aumento de quatro pontos em relação a novembro (90) e de 20 frente a dezembro do ano passado (74). É a quarta alta consecutiva da pesquisa e também o maior patamar desde junho de 2015, quando o levantamento registrou 100 pontos.
“Aos poucos a confiança do consumidor vai melhorando, aproximando-se do campo otimista. Isso é uma boa notícia, entre outras razões, por sinalizar que o Natal deste ano poderá ter vendas positivas. Mais do que isso, indica que 2019 será um ano muito bom para o consumo”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
O INC varia entre zero e 200 pontos; o intervalo de zero a 100 é o campo do pessimismo e, de 100 a 200, o do otimismo. A margem de erro é de três pontos. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 8 de dezembro pelo Instituto Ipsos.
“É importante dizer também que, de forma geral, o consumidor está mais confiante no futuro, uma vez que as incertezas políticas e econômicas de 2018 se dissiparam. Ele se prepara agora para um novo ciclo. Aliás, não somente os consumidores, como também os empresários, o que é muito importante”, destaca Burti.
Regiões
A confiança nas regiões do País apresentou comportamentos opostos. Enquanto no Sul e no Sudeste houve aumento da confiança, no Nordeste e Norte/Centro-Oeste houve recuo.
O Sul foi a única região a chegar ao campo do otimismo, registrando 117 pontos. Em novembro, foram 91. Já no Sudeste, a confiança saltou de 91 para 97 pontos entre um mês e outro, aproximando-se da zona da neutralidade pela margem de erro. Em ambos os casos, a razão está nas eleições, visto que essas foram as regiões que mais votaram no candidato eleito. O Sul também se beneficia pela nova safra recorde da soja.
Ao mesmo tempo, a eleição também justifica as quedas anotadas no Nordeste (de 89 para 82), assim como a seca. Já no Norte/Centro-Oeste (queda de 92 para 85 pontos), a razão do pessimismo também está na falta de chuva, que prejudica a safra do milho.
“Em termos anuais, todas as regiões cresceram bastante, favorecidas não apenas pelo resultado eleitoral, mas também pela melhora da economia, ainda que lenta. O Sudeste foi ajudado pela retomada da indústria automobilística, o Nordeste, pelo reajuste do Bolsa Família após dois anos e o Sul e o Norte/Centro-Oeste, pelo agronegócio.
Classes
No recorte por classes socioeconômicas, foi possível identificar que as eleições provocaram influência semelhante na confiança dos consumidores. Enquanto nas classes C e AB houve crescimento entre novembro e dezembro, a DE apresentou queda.
Na classe AB, cuja confiança saltou 11 pontos (de 81 para 92), também houve influência dos juros baixos, que favoreceram a compra de automóveis. Na C (em que houve aumento de 94 para 96), além dos juros, também é possível citar a redução das tarifas de energia elétrica e dos combustíveis.
Por fim, a queda de 87 para 83 pontos registrada na classe DE pode ser justificada pelas eleições, visto que a maior parcela desse grupo socioeconômico está concentrada no Nordeste.
“De toda maneira, assim como no recorte por regiões, as classes sociais também apresentaram elevação significativa na comparação anual. Chama atenção também o fato de que, diferentemente do restante do ano, em que a classe AB manteve-se sempre como a mais pessimista, em dezembro houve uma inversão com a classe DE, que agora é a menos confiante de todas”, conclui Burti.