BA de Valor
  • Atualidade
  • Economia
  • Negócios
  • Sua Chance
  • Inovação
  • Notas de Valor
Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Colunistas
  • Notas de Bolso
  • Business Lounge
  • Quem Somos
  • Anuncie
  • Contato
  • Política de Privacidade
BA de Valor
  • Atualidade
  • Economia
  • Negócios
  • Sua Chance
  • Inovação
  • Notas de Valor
Sem resultado
Ver todos os resultados
BA de Valor
PUBLICIDADE
Capa Economia

Dramas humanos se acumulam em tragédia da Braskem, em Maceió

REDAÇÃO por REDAÇÃO
03/12/2023
em Economia, Economia Brasileira
Tempo de Leitura: 5 minutos
A A
0
Dramas humanos se acumulam em tragédia da Braskem, em Maceió

Moradores e comerciantes repensam a vida após desocupação de bairros (Foto: Gésio Passos/Ag. Brasil)

Share on FacebookShare on Twitter

Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol. Esses são os bairros “fantasmas” no entorno da lagoa do Mundaú, em Maceió, que foram evacuados pelo risco de desabamento recorrente da exploração mineral de sal-gema pela empresa petroquímica Braskem.

Desde 2019, quase 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas pelo medo dos tremores de terra que criaram rachaduras nos imóveis da região. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a exploração de 35 minas de sal-gema pela Braskem foi a responsável por deixar milhares de pessoas desabrigadas e transformar bairros antes movimentados e populosos em lugares praticamente desertos.

Desde última quarta-feira (29), os moradores da parte dos bairros que não foram evacuados estão em alerta. Uma decisão judicial levou a retirada de 23 famílias que ainda resistiam ao despejo no bairro do Pinheiro. Segunda a Defesa Civil, a área da mina número 18 ameaça desabar a qualquer momento, com potencial de criar uma cratera maior que o estádio do Maracanã.

Mas em algumas ruas desses bairros o trânsito ainda é liberado. Seguranças particulares, contratados pela Braskem, vigiam os mais de 15 mil imóveis, hoje totalmente abandonados. Os locais passaram a ser propriedades da empresa após paga a indenização, que ainda é contestada por parte dos moradores.

Bairro “desapareceu”

Nessas ruas, casas, lojas e até prédios inteiros tiveram as portas e janelas substituídas por tijolo e cimento, criando muros que impedem a entrada de quem possa buscar algo de valor que os moradores tivessem deixado para trás. Em muitos casos, os imóveis foram cercados com placas de alumínio que cobrem as fachadas.

O mato cresce fora e dentro das casas, que apresentam sinais de desgaste e depredação. Os muros são marcados por uma série de números pintados em vermelho, que indicam os registros de desocupação. Em algumas fachadas, há também pichações; um protesto contra a Braskem e o poder público, ou mesmo desabafos, lamentos pela dor de quem teve que seguir a vida longe do lugar que amava.

A Rua Professor José da Silveira Camerino, que corta o bairro do Pinheiro e está na região da área da mina 18, é um retrato de desocupação e ao mesmo tempo de resistência. De um lado da rua, sem aviso de interdição, parte do comércio local ainda resiste, como um posto de gasolina e uma praça com ambulantes. Do outro do lado, o cenário é o inverso: tudo fechado. Nesta quinta-feira (30), até o Hospital do Sanatório, que fica também nessa rua, transferiu pacientes para outras unidades de saúde às pressas, diante da possibilidade de desabamento da mina 18.

O comerciante Mateus Costa tem uma loja de autopeças de um lado da Rua Professor José da Silveira Camerino e uma oficina mecânica do outro, uma na frente da outra. A oficina amanheceu, nesta sexta-feira (1), isolada, com aviso de interdição pela Defesa Civil. Seu sentimento é de desalento.

“Você imagina estar situado num bairro e o bairro todo desaparecer? Não existe mais o bairro, não tem mais nada. O comércio caiu 80%. A partir do momento que o seu faturamento cai, você já não consegue manter o mesmo padrão que você tinha. Isso mexe com você de todo jeito. Psicologicamente, eu estou arrasado. Falam que homem não chora, mas tem que chorar um pouquinho”, desabafa.

Mateus foi despejado de sua casa logo em 2019, mas conseguiu adquirir um imóvel com a indenização da Braskem no mesmo bairro, o que segundo ele hoje é tarefa bem difícil. O mercado imobiliário da cidade ficou inflacionado com o deslocamento forçado de tanta gente.

Manuela Rodrigues, de 79 anos, nascida e criada no Pinheiro, mora perto das lojas de Mateus. Enquanto os fundos do imóvel servem como casa, a frente abriga uma pequena mercearia, hoje bastante esvaziada. Não há clientes para movimentar o comércio.

“É triste para quem nasceu, viveu e ainda está vivendo aqui. O que está se tornando é uma tristeza. Eles estão dizendo que aqui, essa parte nossa, não tem área de risco. Fica uma interrogação, será que não vai acontecer nada aqui? Porque tem do outro lado da rua e no meu lado não tem? Aí eu fico pensando nisso”, questiona.

Manuela diz que a única alegria que ainda restou no lugar é a vista no bairro do Pinheiro. “Nosso pôr do sol ainda é muito lindo, você vê a lagoa [do Mundaú] e o pôr do sol”.

Cleber Bezerra também morou no bairro a vida toda e teve que sair quando os tremores começaram. Conseguiu comprar uma casa em uma região mais distante do Centro da cidade, o bairro do Tabuleiro dos Martins, depois de mais de um ano vivendo do aluguel pago pela Braskem. Aposentado, com 62 anos, visita os amigos com frequência no Pinheiro. Ele relata ter dificuldades para socializar no novo bairro.

“Para mim não foi bom não. Antes era 10 minutos até o centro [de Maceió]. Agora, onde eu moro é a 40 minutos. Tinha amizades, conhecimento, aqui era tudo perto. A gente foi obrigado a sair, né? Você nasce no bairro, cresce no bairro, faz as amizades. Quando você vai para outro bairro, começa tudo de novo, começa do zero, não é mais a mesma coisa”, lamenta.

“Cena de guerra”

Em frente ao Hospital do Sanatório, Mário dos Santos tem sua barraca de acarajé há 30 anos. Vendia até 200 unidades do quitute por dia antes do “pesadelo” da Braskem. Hoje, comemora quando consegue vender 50.

“Não tem mais movimento, fechou o hospital. Fica difícil a vida da gente. Já me pediram para sair daqui, a prefeitura avisou que aqui agora é da Braskem. É uma revolta, agora penso até sair daqui, já que vai fechar tudo e não vai ter ninguém. Parece uma cena de guerra aqui. A galera toda está com medo, medo de afundar e morrer todo mundo. No risco, a gente tem que ficar porque é o ganha-pão do dia a dia”.

A história se repete com o feirante Givanildo Costa. Ele teve que deixar sua casa no bairro do Bebedouro, vizinho ao Pinheiro. Ele diz que a situação abalou seu irmão, que tinha uma mecânica no Pinheiro. Com fechamento da loja, veio a tristeza e a depressão, o que piorou a situação da diabetes, que o levou à perda da visão.

“O meu irmão ficou em depressão porque ele tinha uma oficina que aqui no Bebedouro, ele tinha uma renda uns seis mil por mês, e [depois da mudança] chegou a ganhar nem um salário mínimo por mês, tudo por causa da Braskem. Está com depressão, diabetes, derrame, cego, só vê o vulto”.

Os dados da Defesa Civil apontam o afundamento da mina 18 em quase 2 metros de afundamento só nesta semana.

A Braskem confirma que pode ocorrer um grande desabamento da área, mas a mina também pode se acomodar. A Defesa Civil da prefeitura de Maceió pede que a população não circule pelas áreas de risco. A petroquímica diz que já foi pago R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para moradores e comerciantes desses bairros. Mas a única certeza, até o momento, é que parte da região continuará fantasma no meio da capital alagoana.

Tags: BraskemMaceió
Artigo Anterior

TPC auxilia na expansão da Leroy Merlin no Nordeste

Próximo Artigo

Programa Conecta Bahia chega ao município de Macarani

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Moinho de Ilhéus
Economia

Grupo Maratá investe R$ 129 milhões para reativar Moinho de Trigo no Porto de Ilhéus

Moto-taxi 99 transportando passageiro
Economia

Motociclistas de Salvador poderão pagar gasolina mais barata; veja detalhes

Planta industrial
Economia

Bahia ganha nova fábrica de big bags de polipropileno com investimento de R$ 2,5 milhões

Próximo Artigo
Programa Conecta Bahia chega ao município de Macarani

Programa Conecta Bahia chega ao município de Macarani

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

  • EM ALTA
  • COMENTÁRIOS
  • ÚLTIMAS
Facgada Banco Itaú

Itaú fecha 227 agências no Brasil, impulsionado pelo crescimento do digital; veja cenário e impactos

Operária na planta da Braskem

Braskem abre inscrições para programa de estágio 2026 com vagas para universitários e técnicos

Lara Linhares

Vamos falar de amor? Jornalista Lara Linhares estreia na literatura

Mão com caneta escrevendo em avaliação

Justiça Federal na Bahia abre inscrições para Programa de Residência Jurídica com bolsa de R$ 3 mil

Planta industrial

Bahia ganha nova fábrica de big bags de polipropileno com investimento de R$ 2,5 milhões

Governador Jerônimo nomeia Gustavo Stelitano como novo diretor da Sufotur

Governador Jerônimo nomeia Gustavo Stelitano como novo diretor da Sufotur

Canteiro de obras

Índice que corrige salários, INPC acumula 5,05% em 12 meses

Secretário geral da ONU António Guterres

Assembleia Geral da ONU aprova criação de painel científico internacional sobre inteligência artificial

Moinho de Ilhéus

Grupo Maratá investe R$ 129 milhões para reativar Moinho de Trigo no Porto de Ilhéus

Moto-taxi 99 transportando passageiro

Motociclistas de Salvador poderão pagar gasolina mais barata; veja detalhes

Washington Pimentel

3º Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade discute os desafios do agronegócio sustentável, com a presença de lideranças do setor

Governador Jerônimo nomeia Gustavo Stelitano como novo diretor da Sufotur

Governador Jerônimo nomeia Gustavo Stelitano como novo diretor da Sufotur

Canteiro de obras

Índice que corrige salários, INPC acumula 5,05% em 12 meses

Secretário geral da ONU António Guterres

Assembleia Geral da ONU aprova criação de painel científico internacional sobre inteligência artificial

Moinho de Ilhéus

Grupo Maratá investe R$ 129 milhões para reativar Moinho de Trigo no Porto de Ilhéus

Moto-taxi 99 transportando passageiro

Motociclistas de Salvador poderão pagar gasolina mais barata; veja detalhes

Washington Pimentel

3º Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade discute os desafios do agronegócio sustentável, com a presença de lideranças do setor

Governador Jerônimo nomeia Gustavo Stelitano como novo diretor da Sufotur

Governador Jerônimo nomeia Gustavo Stelitano como novo diretor da Sufotur

PUBLICIDADE

COLUNISTAS

Miguel Gomes

Tecnologia impulsiona o despertar de lideranças em saúde no século 21

Miguel Gomes, CEO do Grupo Vivhas

Transformação digital na saúde: eficiência e experiência elevadas pela tecnologia

Miguel Gomes

Tecnologia, sustentabilidade e humanização: o que está no centro da saúde digital?

Inteligência Artificial: a nova fronteira da fidelização de pacientes na saúde

Inteligência Artificial: a nova fronteira da fidelização de pacientes na saúde

Fed busca acalmar o mercado em meio a uma tempestade de mudanças

Fed busca acalmar o mercado em meio a uma tempestade de mudanças

NOTAS DE BOLSO

Bandeira da FGV

FGV anuncia cursos gratuitos e online nas áreas de tecnologia, dados e inteligência artificial

Preparação de remessa da Shopee

Shopee amplia logística e reduz prazo médio de entrega em dois dias no Brasil

Refém da pobreza

BA de Valor

© 2024 BA de Valor. Todos os direitos reservados.

Institucional

  • Quem Somos
  • Anuncie
  • Contato
  • Política de Privacidade
  • Política de Cookies

Siga-Nos

Sem resultado
Ver todos os resultados
  • Atualidade
  • Economia
  • Negócios
  • Sua Chance
  • Inovação
  • Notas de Valor
  • Colunistas
  • Business Lounge
  • Quem Somos
  • Contato
  • Anuncie
  • Política de Privacidade
  • Política de Cookies

© 2024 BA de Valor. Todos os direitos reservados.