Com um cenário externo cada vez mais desfavorável, influenciado pela desaceleração da economia global em função da disputa entre Estados Unidos e China, as exportações baianas caíram 32,2% em agosto, comparadas a igual mês de 2018, alcançando US$ 588,9 milhões. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan). É o terceiro mês consecutivo de queda das vendas externas, decorrente dos conflitos comerciais, que deprimem a confiança, os preços das commodities e a atividade econômica mundial.
As importações desaceleraram mais ainda, com redução de 39,2%, comparados aos valores registrados em agosto de 2018 (US$ 552,4 milhões), como resultado da perda de força da atividade econômica interna e da postergação de investimentos pelas empresas. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as vendas externas do estado atingiram US$ 5,1 bilhões e estão 6,8% inferiores ao mesmo período de 2018. Com isso, a corrente de comércio teve queda de 6,2% no ano, enquanto que a balança comercial, embora superavitária em US$ 325,2 milhões, está 20,6% inferior a igual período do ano passado.
Em agosto, as vendas baianas ao exterior caíram motivadas tanto pela demanda externa menor (o volume embarcado recuou 22%), quanto pela queda nos preços médios dos produtos exportados que se reduziram em 13,2%. Houve queda de 80,2% na venda de automóveis de passeio, principalmente para a Argentina, de 43,5% nas vendas de petroquímicos e de 73,8% nas de derivados de petróleo, todos manufaturados e cujo consumo é mais afetado em momentos de incerteza.
Por causa da peste suína nos rebanhos da China, caiu a demanda por ração animal e as compras de soja recuaram 29,6% no mês. Também houve queda nas exportações de celulose em 51,5%, em decorrência do excesso nos estoques mundiais do setor, que chegaram a níveis históricos.
A desaceleração econômica se reflete também no volume de importações feitas pela Bahia. No mês, caíram as compras de bens de capital (-26,3%), combustíveis e lubrificantes (-54,3%), bens de consumo (-48%) e bens intermediários (-36%). No ano, as importações somam US$ 4,73 bilhões e estão bem mais fracas que o esperado, com redução de 5,6% comparado a igual período do ano passado.