A pernambucana Sandra Farais, de 41 anos, foi uma das vencedoras do Concurso Nacional de Fantasia LGBT, realizado na noite de ontem (04) na Praça Municipal, em pleno Carnaval de Salvador. Pela sexta vez consecutiva, ela venceu na categoria “luxo” com uma fantasia de 120 quilos de pedras em homenagem a Nossa Senhora do Monte Carmelo, com adereços como lantejoulas e penas de faisão real.
Foram precisos oito meses e oito pessoas para construir a fantasia da santa, que mede cinco metros de altura e tem seis de largura. Ano passado, Sandra venceu na mesma categoria com a fantasia de Colombina, em alusão aos antigos carnavais.
“Minha fantasia têm a predominância do amarelo e muito requinte. Não é fácil ganhar, porque meus concorrentes também são maravilhosos. Mas fico feliz em ter um evento como esse em Salvador, na Bahia, que premia fantasias e dá visibilidade ao povo LGBT”, destacou ela, que ganhou o prêmio de R$8 mil nesta que foi a 22ª edição do concurso, promovido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), Quimbanda Dudu e Centro Baiano Anti-Aids, com apoio da Prefeitura.
“A premiação é uma forma de incentivo à produção cultural e artística individual,”, disse o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira. Para ele, o evento tem melhorado a cada ano. “É uma honra ter esse apoio do poder publico que tem sido sensível a esse tipo de arte. A Prefeitura é nossa maior parceira. A cada edição temos um evento melhor do que outro. A diversidade é a marca do nosso Carnaval e a Prefeitura está cada vez mais atenta a isso”, disse.
Critérios
O critério de eleição das melhores fantasias foi por julgamento. Os itens levados em consideração foram beleza, elegância, simpatia, desenvoltura na passarela, pedraria, penas, postura e o valor gasto pelo candidato na produção da roupa, especialmente na categoria luxo, a mais esperada do evento. “Tanto na categoria ‘luxo’ quanto ‘originalidade’, é importante avaliar o grau de dificuldade para a realização da roupa”, afirmou Cerqueira.
Na categoria “originalidade”, que teve como vencedor ontem (04) Severino Queiroga da Silva, com uma fantasia ecológica com tampinhas de garrafa e réplica de tartaruga, o critério mais importante foi a semelhança com a ideia principal.
Entretanto, nessa categoria é proibida a utilização de materiais preciosos, pedrarias caras, penas raras, entre outros assessórios que possam dá conotação de luxo. De acordo com a produção, as apresentações que envolvam “protesto” e “irreverência”, pautadas em situações da atualidade, tiveram um olhar especial dos jurados.