A estimativa de janeiro para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos), em 2018, totalizou 7,7 milhões de toneladas, que representa uma queda de 3,7% em relação à safra 2017 (8.078.077 toneladas). A área a ser colhida de grãos em 2018, estimada em 3.013.469 hectares, deverá diminuir 1,2% em relação a de 2017 (3.050.718 hectares).
As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.
Em 2018, a previsão é que a Bahia contribua com 3,4% da produção nacional de grãos, estimada em 226,1 milhões de toneladas, resultado 6,0% inferior ao obtido em 2017 (240,6 milhões de toneladas). Mato Grosso deverá continuar na liderança da produção nacional de grãos neste ano, aumentando sua participação de 24,6% em 2017 para 25,2% em 2018, seguido pelo Paraná (17,6%) e Rio Grande do Sul (14,7%).
Podução de algodão na Bahia deve crescer 9,8%
Segundo maior produtor de algodão herbáceo em caroço do país, a Bahia deve ter um aumento de 9,8% na safra desse produto em 2018, chegando a 914,8 mil toneladas. Esse crescimento da expectativa se deve ao aumento de 16,8% na área plantada, já que a estimativa do rendimento médio ficou 6,0% menor que a obtida no ano anterior. O estado deverá responder, assim, por 21,1% da produção nacional, de 4,3 milhões de toneladas, aumento de 12,9% em relação à produção de 2017.
Os preços este ano estão melhores que na mesma época no ano passado, o que deve incentivar o plantio do algodão. Esse cenário decorre principalmente pela perda da produção nos Estados Unidos em razão do excesso de chuvas e pelas recentes reduções dos estoques chineses, que são grandes consumidores do produto e estão aumentando as importações com o intuito da reposição.
Mato Grosso é o maior produtor nacional de algodão e deverá responder por 68,1% do total colhido no país em 2018, com estimativa de produção de 2,9 milhões de toneladas, 14,3% a mais que em 2017.
Produção de cacau na Bahia estima incremento de 70,6%
Após ter sido ultrapassada, pela primeira vez, pelo Pará na produção cacaueira em 2017, a Bahia prevê recuperação de safra em 2018, com a estimativa de produção de 143,1 mil toneladas da fruta, o que representa um incremento de 70,6%.
Esse incremento deverá ter impacto positivo na produção nacional, estimada em 272,7 mil toneladas, num crescimento de 27,2% em relação a 2017. A produção cacaueira no Brasil depende da performance das lavouras nesses dois estados, que devem responder conjuntamente por 94,7% do total produzido pelo país em 2018.
No Pará, as lavouras de cacau são mais recentes, tendo sido implantadas utilizando-se clones mais resistentes às doenças, notadamente à “vassoura de bruxa”, resultando em rendimentos médios mais elevados. Na Bahia, as lavouras são mais antigas, estão mais sujeitas aos problemas fitossanitários e às maiores restrições do clima, que nos últimos anos têm desfavorecido a produção.
Bahia contribui para aumento de 3,2% na produção nacional de feijão
Com uma produção nacional estimada em 3,4 milhões de toneladas, o feijão deverá ter crescimento de 3,2% em relação a 2017. A primeira safra do produto foi estimada em 1,6 milhão de toneladas, participando com 46,4% da produção total de feijão em grão. Essa estimativa de produção é 0,8% maior que a de 2017. A área plantada diminuiu 2,2% e o rendimento médio 1,8%.
Os estados com maior participação na estimativa de produção da 1ª safra foram Paraná (20,2%), Minas Gerais (13,7%) e Bahia (10,9%), onde há a previsão de aumento de 21,7% na produção, chegando a 172.080 toneladas em 2018, com incrementos de 12,8% na área plantada e de 7,8% no rendimento médio.
Produção de uvas na Bahia tem crescimento estimado de 12%
A produção brasileira de uvas deve alcançar 1,4 milhão de toneladas, numa retração de 16,1% em relação a 2017. Tanto a área plantada como o rendimento médio apresentaram redução de 3,1% e 13,8%, respectivamente.
No Rio Grande do Sul, maior produtor e responsável por 59,2% do total a ser colhido pelo país, a estimativa da produção também foi de retração de 12,8% em relação a 2017, com produção estimada em 834,2 mil toneladas.
Na Região Nordeste, segunda mais importante em termos de volumes de produção, com participação de 21,1% no total a ser colhido em 2018, a produção foi estimada com um declínio de 33,1%. Pernambuco, maior produtor nordestino e segundo do país, estima a produção de 236,8 mil toneladas, redução de 39,3% em relação ao que foi produzido em 2017. Já na Bahia, outro estado nordestino importante na produção de uvas, a estimativa alcançou 57,2 mil toneladas, aumento de 12,0%. As áreas de cultivos nesses dois estados são contíguas, tomando parte do polígono irrigado do Vale do rio São Francisco. Preços compensadores, disponibilidade de crédito para investimento e disponibilidade de água para irrigação são as variáveis mais consideradas em termos de levantamentos de estimativas de produção da uva.
14 das 27 safras de produtos investigados na Bahia devem ser maiores
Das 21 safras de produtos investigadas pelo LSPA na Bahia, 14 devem tiveram crescimento estimado em relação a 2017. As produções com previsão de maior crescimento, em termos percentuais, no estado são as de mamona (673,4% ou mais 71.106 toneladas); amendoim 2ª safra (200,0% ou mais 2.720 toneladas) e café arábica (91,4% ou mais 55.740 toneladas).