O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, foi de 0,96% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em fevereiro. O indicador acelerou significativamente em relação a janeiro, quando tinha sido de 0,13%, e foi o mais alto para um mês de fevereiro, na RMS, em oito anos, desde 2016, quando havia ficado em 1,41%.
Também foi a 3ª maior inflação dentre os 16 locais pesquisados separadamente, acima da verificada no Brasil como um todo (0,83%) e abaixo apenas dos aumentos nos municípios de Aracaju/SE (1,09%) e São Luís/MA (1,06%). Todos os locais tiveram aumentos médios nos preços em fevereiro.
Com esse resultado, o IPCA acumula alta de 1,10% na RMS, no primeiro bimestre de 2024. Ainda se mantém abaixo do registrado nacionalmente (1,25%) e é apenas o 12º maior índice entre os 16 locais. A inflação acumulada em janeiro e fevereiro de 2024, na RMS, também está abaixo do mesmo período de 2023 (1,90%).
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a inflação na RM Salvador acumula alta de 3,65% e, embora esteja bem menor do que a verificada no mesmo período de 2023 (6,51%), acelerou (aumentou mais) frente ao registrado em janeiro (3,49%). Ainda é, porém, a 3a mais baixa do país, menor do que a nacional (4,50%) e acima apenas do registrado em São Luís/MA (3,21%) e na RM Recife/PE (3,53%).
Grupos
A inflação de fevereiro na Região Metropolitana de Salvador (0,96%) foi resultado de altas em seis dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. O maior aumento no mês e também o maior impacto para cima no índice geral veio do grupo educação (5,95%). É em fevereiro que o IBGE capta a maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares, que, por isso, costumam ter forte impacto sazonal nos índices de inflação (IPCA-15 e IPCA).
Embora tenha sido menor do que o verificado em 2023 (6,12%), o aumento da educação na Região Metropolitana de Salvador, em fevereiro de 2024, ficou acima do registrado no Brasil como um todo (4,98%) e foi o maior dentre os 16 locais pesquisados pelo IBGE. Foi puxado com mais intensidade pelas mensalidades do ensino fundamental (9,78%), mas teve contribuições relevantes também do ensino superior (4,69%), da pré-escola (10,19%) e do ensino médio (9,45%).
Além da pressão inflacionária sazonal da educação, o IPCA de fevereiro na RMS também teve impactos importante das altas em alimentação e bebidas (1,11%), com força tanto dos alimentos consumidos no domicílio (1,18%) quanto fora de casa (0,89%); e transportes (1,11%), com peso maior da gasolina (3,88%).
Cenoura
Dos 10 produtos e serviços que mais aumentaram em fevereiro, na RMS, 6 foram alimentos, liderados por cenoura (23,03%, maior alta), repolho (20,01%) e coentro (18,60%); 3 foram mensalidades escolares (pré-escola, fundamental e médio, respectivamente); e o 1 restante foi o transporte escolar (7,60%).
Por outro lado, dentre os três grupos que registraram deflação na RMS, em fevereiro, as principais contribuições no sentido de segurar o IPCA vieram do vestuário (-1,45%), puxado pelas roupas masculinas (-2,33%) e femininas (-1,42%); e das despesa pessoais (-0,13%), com influência maior de hospedagem (-3,38%) e cinema, teatro e concertos (-4,18%).
As passagens aéreas também ajudaram a segurar a inflação de fevereiro, na RM Salvador, com a maior queda média de preços dentre todos os itens pesquisados (-14,5%) e a principal contribuição individual de baixa no índice geral.
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