A partir de hoje e até domingo (21), os ritmos contagiantes da Micareta de Feira de Santana ecoarão pelas ruas, transformando a Princesinha do Nordeste no epicentro do maior carnaval fora de época do mundo. Por lá passarão cerca de dois milhões de foliões, o que promete injetar aproximadamente R$ 50 milhões na economia local, impulsionando diversos setores, desde a hotelaria até o comércio.
Neste ano, uma das maiores novidades é a expansão do renomado Circuito Maneca Ferreira, que agora se estende por quase 2 quilômetros na movimentada Avenida Presidente Dutra. Além disso, os foliões terão à disposição novos espaços alternativos, como a Micareta Kids, o Micareta Pet, o Palco Reggae Vibes, o Palco After Universitário, o Pranchão Av. Maria Quitéria e o Circuito Charles Albert.
Serão mais de 150 atrações e mais de 30 trios elétricos desfilando pela Avenida e entre as atrações de destaque, patrocinadas pelo estado, estão grandes nomes como Daniela Mercury, Saiddy Bamba e Filhos de Gandhy.
Na área de saúde, a prefeitura preparou para a micareta com um hospital móvel de 500 m², equipado com seis leitos, sala de parto, UTI e uma equipe de 210 profissionais. Além disso, serão oferecidos serviços de autoteste e teste rápido para sífilis, HIV e hepatites, distribuição de preservativos e vigilância sanitária.
Quanto à segurança, medidas rigorosas serão implementadas, incluindo a utilização de detectores de metais nos acessos aos circuitos, drones para monitoramento aéreo, uma central de videomonitoramento com 40 câmeras e uma equipe de 200 guardas municipais. Uma interação mais intensa com o Ministério Público e outras forças de segurança garantirão um ambiente festivo seguro para todos os participantes, com até um setor específico para itens perdidos e encontrados.
Setor hoteleiro
No setor hoteleiro, a expectativa é de uma ocupação máxima de 100% nos dois primeiros dias do evento, evidenciando o impacto positivo da micareta no turismo e na economia local. Mas para o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares de Feira de Santana, Getúlio Andrade, a cidade vive duas realidades. Segundo ele, a hotelaria alcança resultados bem melhores do que o setor de bares e restaurantes.
“É simples de entender isso. A hospedagem é mais difícil de não ser utilizada. Já o serviço dos bares e dos restaurantes tem a concorrência das barracas que se instalam no circuito da festa e também o serviço que são acoplados nos camarotes. Mas quero reforçar que essa concorrência é salutar, desde que você entenda que o produto turístico ‘micareta’ tem que realmente impactar nos diversos setores da economia, então não há nada de anormal que o informal, que o cara que vai vender sua cerveja, que vai vender seu tira-gosto, também participe. Ele também tem a oportunidade de ter um ganho econômico financeiro, sendo também submetido a regras, a exigências que o município faz por meio de seus órgãos, da vigilância sanitária, então nada mais justo de que essas pessoas também sejam inseridas e que tenham também o seu resultado”.
Sobre a rede hoteleira, Andrade diz que os hotéis têm um grande impacto positivo durante a festa, se comparado aos dias comuns. “De hospedagem e alimentação vivemos uma realidade econômica melhor do que na época do período da pandemia. O que nos preocupa neste momento é a revogação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que é um programa emergencial de recuperação do setor de eventos, que estava dando um fôlego às empresas nessa retomada. Na verdade, as empresas tinham a oportunidade de não pagar determinados impostos federais. Essa medida foi revogada e está preocupando o setor”, revela.
Ele diz, ainda, que a movimentação do setor é no sentido se buscar as entidades organizadas a fim de criar um diálogo com o governo e, com isto, encontrar um ponto de equilíbrio sobre o programa. “Essa revogação de imediato trouxe alguns embaraços do ponto de vista de caixa para o setor, que é um setor em que 90% das empresas são microempresas, são empresas pequenas”, observa.
Mesmo com todo percalço, o presidente do sindicato comemora a realização da micareta. “Nossa expectativa é sempre positiva, e não poderia ser diferente, né? A festa é importante não só pela tradição e história, já que é a primeira micareta do Brasil. Mas existe também o incremento nos setores formais e informais da economia, como já disse antes, o que é muito justo. Então que em 2024 tenhamos uma festa alegre e que os envolvidos levem para a Avenida o entusiasmo e empolgação, mas nada de violência!”, Alerta Andrade.
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