A Largo Vanádio de Maracás – com sede na fazenda Conrado, no município baiano de Maracás – fechou o exercício de 2021 com um lucro líquido de R$168,764 milhões, quase 500% maior em relação ao ano anterior (R$35,286 milhões). Já a receita líquida de vendas da mineradora, na mesma base de comparação, saltou de R$642,159 milhões para R$ 821,918 milhões, num crescimento de 28%.
Controlada pelo grupo canadense Largo Resources e única mineradora de vanádio das Américas, a Largo Vanádio de Maracás alcançou, no ano passado, uma produção de 10.328 toneladas de pentóxido de vanádio, uma redução de 13% em relação a 2020. Esta queda, no entanto, foi compensada pelo preço de venda médio que aumentou 38%.
Outro fato relevante, no ano passado, foi a conclusão das obras de construção da planta de V203, possibilitando assim que a companhia passe a produzir um novo mineral, o V203 – um produto que tem um grau de pureza mais elevado e bastante demandado pela indústria aeroespacial. “Esta nova unidade será fundamental porque a companhia espera que 70% de suas vendas sejam de produtos com maior grau de pureza sobre os quais é cobrado um prêmio sobre o preço normal do produto”, diz a mineradora.
Investimentos
Em entrevista ao jornal Correio*, em novembro passado, Paulo Misk, presidente da empresa, anunciou que Largo Vanádio de Maracás irá implentar, a partir deste ano até 2032, um robusto plano de investimentos na Bahia, contemplando recursos da ordem de US$ 590 milhões. A maior parte do orçamento – US$ 360 milhões – será empregada na construção de uma fábrica para a produção de pigmento de titânio, material bastante utilizado nas indústrias química e de construção. A unidade, que ficará no Polo Industrial de Camaçari, entrará em operação em 2024 e vai gerar mais de 500 empregos.
O projeto terá três etapas. A primeira, com investimento de US$ 96,390 milhões, entrará em operação em 2024, produzindo 30 mil toneladas. Na segunda fase, em 2026, a companhia terá capacidade de beneficiamento de 60 mil toneladas. Quando estiver operando a plena carga, em 2029, serão 120 mil toneladas anuais – mais ou menos o que o Brasil importa hoje. A produção da companhia será destinada, em sua maior parte, ao mercado brasileiro.
O plano de investimentos do grupo para a próxima década prevê ainda um aporte de US$230 milhões na expansão da produção de vanádio para baterias. A meta é, a partir de 2030, alcançar na mina de Maracás uma produção anual de 15.900 toneladas, contra as atuais 12 mil toneladas.
O vanádio é um material que tem como característica aumentar a resistência do aço, possibilitando um uso mais sustentável do metal. A planta de Maracás é uma das mais modernas em processamento do minério no mundo. O Pentóxido de Vanádio produzido lá tem um grau de pureza de 99,5%. O percentual de recuperação de minério é de 80%, o maior do planeta.
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