A produção industrial da Bahia, descontados os efeitos sazonais, voltou a apresentar resultado positivo, em dezembro, na comparação com o mês imediatamente anterior e cresceu 2%. A alta veio após um recuo de 1,7% entre outubro e novembro. Embora tenha sido um desempenho abaixo do nacional (houve alta de 2,9% no Brasil como um todo nessa comparação), acompanhou os crescimentos registrados em 10 das 15 áreas investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) Regional, do IBGE.
Apesar do avanço na passagem de novembro para dezembro/21, no confronto com dezembro de 2020 a produção industrial baiana teve nova queda (-10,5%), completando 12 meses de recuos consecutivos frente ao ano anterior. Assim, a indústria da Bahia fechou 2021 com uma nova queda de produção (-13,2%) em relação ao ano anterior – o terceiro recuo anual consecutivo. Foi a retração mais intensa da produção industrial no estado em toda a nova série histórica da PIM-PF Regional, iniciada em 2003 para esse indicador, e o pior resultado entre os 15 locais investigados.
Desde 2014 (-2,6%), a produção industrial da Bahia mostrou quedas praticamente ininterruptas, com alta apenas em 2018 (0,8%), conforme mostra o gráfico a seguir.
Derivados de petróleo
Em 2021 o recuo (-13,2%) na produção industrial baiana, frente ao ano anterior, foi resultado do desempenho negativo da indústria de transformação (-14,3%), uma vez que a indústria extrativa apresentou crescimento de 7,3%.
Das 11 atividades da transformação investigadas em separado no estado, 5 viram sua produção cair no ano passado, puxadas fortemente pela fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que teve sua produção praticamente zerada e mostrou queda de 94,9% frente a 2020.
O segmento de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, que tem o maior peso na estrutura industrial da Bahia, apresentou o segundo maior recuo anual (-18,1%) e teve a segunda maior contribuição para resultado negativo em geral do setor no estado.
Ambas as atividades tiveram em 2021 seus piores resultados anuais desde o início da nova série histórica da PIM-PF Regional, em 2003.
Dentre as seis atividades industriais que fecharam 2021 em alta, na Bahia, o principal destaque foi para preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, que teve o maior crescimento da produção (31,2%) e liderou as contribuições positivas. Foi o melhor resultado anual dessa atividade em toda a série histórica.
A segunda contribuição positiva mais importante veio do segmento de outros produtos químicos, cuja produção cresceu 4,7%, mostrando a segunda alta anual consecutiva.