Com faturamento anual de R$ 13 milhões, a empreendedora e produtora rural Nilza Alves é referência no agronegócio em Teixeira de Freitas, Extremo-Sul da Bahia. Com 30 anos de experiência na área, ela é responsável por cultivos de cacau, café e pimenta do reino distribuídos em mais de mil hectares de terra. Seu negócio conta com mais de 100 funcionários e colabora para o desenvolvimento econômico local.
Focada no equilíbrio financeiro e sustentável, Nilza conta ao BadeValor que se inspirou no avô, que já atuava no agronegócio, e foi motivada por Osvaldo Cohin, da empresa Santa Clara, a qual trabalhou dos 16 aos 21 anos, quando abriu a sua primeira empresa chamada Nutrmaq.
“Comecei com representação da Adubos Trevo e com a Guabi, uma indústria de ração e sal mineral. Era comissionada e me apaixonei pelo agro, mas é uma longa estrada de muita luta, trabalho, dedicação e amor. Hoje, a minha empresa tem seis lojas e somos distribuidora de grandes marcas, como a Syngenta Sumitomo, Cargill Barri Calibu e grandes corretoras e exportadoras de café e pimenta do reino, além de frutas para o mercado local e outras”.
A partir daí, Nilza diz que se interessou pela cadeia de nutrição e fitossanitária, o que a fez despertar para a carreira como produtora. “Compramos a fazenda há 19 anos e fomos implantando as culturas. Durante três anos assumi a fazenda em tempo integral, era um novo desafio. Busquei treinamentos de condução, pulverização e controle de pragas e doenças. Aprendi muito com os funcionários, dividi com a equipe os meus objetivos e convidei-os para fazerem parte do meu projeto, que está sendo um sucesso, um grande desafio, Somos vencedores e tenho muito respeito e admiração pelos meus colaboradores”, ressalta ela que diz apostar na produção sustentável e de alta tecnologia.
Mercado para todos os gêneros
Sem ter encontrado barreiras para empreender em um universo marcado pela representação masculina, ela conta que tem muita alegria e orgulho em fazer parte do agronegócio baiano e que sempre foi respeitada.
“Sou admirada no mercado e recebi muito apoio, tanto dos meus clientes, como colaboradores e fornecedores. Aliás, só tenho a agradecer e comemorar por que foram muitas vitórias”. Para ela, a importância das mulheres nesse mercado é grande e a representação feminina deveria aumentar.
“Somos organizadas, focadas, trabalhadoras. Conseguimos fazer mais coisas ao mesmo tempo. Aqui, a fazenda e a empresa são conduzidas por mulheres e só tenho a agradecer e torcer por todas as mulheres”.
Agro baiano
O agronegócio na Bahia está em quarto lugar em participação nas atividades agropecuárias, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mas o estado está a todo vapor para passar os seus concorrentes: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Por isso, a empreendedora conta que além de ainda ter muito potencial de crescimento, há diversas oportunidades no plantio de grãos de café, frutas e pimenta do reino.
“Com investimento em tecnologia e aposta na exportação teremos uma excelente produção, com um beneficiamento diferenciado. Espero dobrar o faturamento este ano. Aumentei a produção de outras culturas e estou conduzindo uma produção de 62 hectares de café. Também produzo cacau, coco e laranja”.
Banco do Nordeste
Para continuar crescendo, Nilza conta que, como todo empreendedor, precisa de investimentos e, com isso, conta com o apoio de instituições financeiras, como o Banco do Nordeste (BNB). “O banco tem uma grande importância para o meu negócio. Me apoia sempre para que os projetos sejam colocados em prática, sem ele seria mais difícil. Também tenho um atendimento cuidadoso. Sem dúvida, o BNB é de grande importância para o desenvolvimento do agro no Nordeste”.
Nilza é cliente do BNB há 10 anos, no segmento Pequeno e Mini produtor Rural (PMPR), considerado um dos portes prioritários para a instituição. Com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), mais de R$ 730 milhões em contratações foram investidos no agro baiano durante o ano de 2022, um crescimento de 46% comparado ao ano anterior, segundo o banco.
Para o superintendente estadual em exercício, Altamir Rocha, a instituição tem relevante importância na concessão de crédito aos produtores rurais, para que clientes como Nilza se destaquem nas produções agrícolas. “Os resultados são parte de um trabalho coletivo para pulverizar o crédito, mitigar os riscos e priorizar o atendimento ao segmento, consoante às diretrizes do FNE”. Somente no ano passado, foram registradas mais de 1.550 operações com o segmento, atingindo a performance de 116% da meta anual.