Com a taxa Selic se mantendo estável – ainda na casa dos 13,75% – especialistas em finanças continuam apontando para a renda fixa como o melhor investimento para 2023. Essa aposta pode entregar mais retorno, inclusive para o mais novo investidor do mercado financeiro.
De acordo com o economista, especialista em finanças e doutorando em ciências contábeis, Lucas Spínola, esse tipo de investimento, como o próprio nome sugere, já indica que há um rendimento acordado, podendo ser pré ou pós fixado. Em relação à poupança, por exemplo, Spínola diz que possui a rentabilidade bem superior, com nível de risco semelhante, como a questão do risco de liquidez, pois alguns investimentos tem prazo estipulado para o resgate. Além do risco de crédito, se não for um ativo segurado pelo Fundo Garantidor de Crédito.
Economista, especialista em finanças, Lucas Spínola
“A defesa em favor da renda fixa é que a nossa taxa básica da economia, a Selic está bem alta, ainda mais quando comparado com a inflação do último ano, representando um ganho real (aumento no poder de compra) bem expressivo”, destaca Spínola.
Diversificação
Embora as setas apontem para a renda fixa, a melhor estratégia para qualquer perfil de investidor continua sendo a diversificação da carteira. Mesmo com os bons ventos soprando para eles, o momento ainda favorece os investimentos de baixo risco, já que a taxa básica de juros somente diminuirá no final de 2023 e início de 2024.
Segundo o professor e assessor de investimentos, Ângelo Guerreiro Costa, apesar de ainda não estar claro sobre o movimento de baixa da Selic, há indicativos de queda dos juros, já que o cenário, hoje, a depender do arcabouço fiscal, é possível que tenha início a partir do segundo semestre de 2023.
Professor e assessor de investimentos, Angelo Costa
“Se falarmos de riscos, existem dois: o de credito e o de mercado. O de credito está ligado à capacidade de pagamento do emissor. O de mercado é a volatilidade dos papéis pré-fixados e indexados à inflação, e que estes títulos sofrem até chegar ao vencimento. A isso se dá o nome de marcação a mercado”, explica Costa.
Seja como for, o investimento em renda fixa deve passar pelo planejamento financeiro pessoal. Conforme o CEO do Meu Vista, Luiz Fernando Schvartzman, é preciso entender qual o propósito dessa aplicação, se é para compra de um imóvel, de um carro, para uma viagem ou qualquer outro plano.
CEO do Meu Vista, Luiz Fernando Schvartzman
“Os títulos que vão pagar um juro melhor têm uma liquidez mais baixa e um prazo um pouco maior. Se o objetivo for de até cinco anos, tem títulos com esse prazo e com tendência de pagar melhor do que um título que tenha liquidez imediata, de um ano, por exemplo. Mas se for de longuíssimo prazo, como a aposentadoria, é mais interessante fazer uma diversificação em renda fixa e variável”, aconselha.
Para ele, a importância do planejamento financeiro é para qualquer investidor, mas para o novo é ainda mais importante, pois alguns investimentos são mais atrativos, mais interessantes. “Mas não adianta nada ser investidor se antes não se tornar um poupador. É preciso conhecer suas finanças pessoais, suas despesas, receitas e quem conseguir poupar dinheiro, se torna um investidor melhor”, ressalta.