Com uma safra de 10,8 milhões de toneladas em 2021, a maior em 47 anos, foram justamente os grãos que puxaram o crescimento do valor da produção agrícola na Bahia, liderados pela soja. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no ano passado, o valor da produção baiana de grãos chegou a R$25,1 bilhões, 41,6% maior que o de 2020 (R$17,7 bilhões). O estado manteve a 7ª maior participação no valor gerado pelos grãos no país, com 4,7% do total, que foi de R$ 534,3 bilhões.
A soja foi o produto agrícola com maior aumento absoluto do valor gerado na Bahia: de R$10,3 bilhões em 2020 para R$ 17,5 bilhões em 2021, um recorde desde a entrada em vigor do Real (mais R$ 7,2 bilhões ou mais de 70,1% em um ano).
Os cereais, leguminosas e oleaginosas, grupo de 15 produtos comumente chamados de grãos, são commodities responsáveis por pouco mais de R$ 7 em cada R$ 10 gerados pela agricultura brasileira (71,9% do valor total nacional, ou R$ 534,3 bilhões). Na Bahia, este percentual é um pouco menor, mas ainda muito representativo: 66,6% do valor total estadual ou R$ 25,1 bilhões.
A quantidade de soja produzida no estado também cresceu entre 2020 e 2021, passando de 6,1 milhões de toneladas para 6,8 milhões, o que representou um aumento de 12,5% ou mais 761.545 toneladas em um ano. Em 2021, a safra baiana de soja foi recorde da série histórica, iniciada em 1974.
Com os bons resultados alcançados nas últimas safras, aliados aos preços compensadores, observa-se, ano após ano, a ampliação das áreas plantadas de soja. A soja tem a maior safra em toneladas e o maior valor da agricultura baiana. Respondia, em 2021, por quase R$ 5 de cada R$ 10 gerados pela produção agrícola no estado (46,5% do total).
A Bahia é o 7º produtor nacional da oleaginosa, com 5,1% das 134,9 milhões de toneladas colhidas em todo o Brasil, em 2021. Além disso, o estado tem o maior rendimento médio da safra de soja no Brasil, produzindo 4.023 kg por hectare plantado do grão.
Algodão herbáceo
O algodão herbáceo tem o segundo maior valor de produção na Bahia, gerando, em 2021, R$ 4,1 bilhões (10,8% do valor total da agricultura baiana). Teve, porém, queda no valor de produção frente a 2020, quando havia sido de R$ 4,4 bilhões (-R$ 333,3 milhões ou -7,6%). Além disso, o volume de produção também caiu frente ao ano anterior. Em 2021, a Bahia colheu 1,190 milhão de toneladas de algodão, 272,1 mil toneladas a menos do que em 2020 (-18,6%).
Ainda assim, a Bahia se mantém como o 2º maior produtor de algodão do Brasil tanto em quantidade (20,8% do total nacional) quanto em valor (15,3% do total gerado pelo produto). Só fica atrás de Mato Grosso, que detém 70,0% da produção brasileira Supervisão de Disseminação de Informações (SDI) Unidade Estadual do IBGE na Bahia de algodão (4,0 milhões de 5,7 milhões de toneladas) e 78,2% do valor gerado pela cotonicultura nacional (R$ 20,9 bilhões de R$ 26,5 bilhões).
Milho
Terceiro produto que mais gera valor para a agricultura baiana, o milho em grão rendeu, em 2021, R$ 2,6 bilhões ou 6,9% de todo o valor agrícola do estado. Foi um montante recorde para o produto desde o início do Real, com aumento frente a 2020 (+21,4%, ou mais R$ 457,9 milhões).
A alta no valor da produção ocorreu a despeito da queda no volume de milho colhido em 2021, que foi de 2,4 milhões de toneladas, 196.598 toneladas a menos do que em 2020 (-7,4%). Com esse recuo, a Bahia era, no ano passado, apenas o 8º maior produtor de milho do país, com o 10º maior valor de produção.