Até o fim de outubro, cerca de 106 mil alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e mais de 8 mil professores da rede municipal de ensino de Salvador estão recebendo tablets e chromebooks para ensino/aprendizado em sala de aula. A ação, que teve investimento de quase R$100 milhões pela Prefeitura, faz parte do Programa Educação Digital que, aliada à distribuição dos eletrônicos iniciada esta semana, desenvolve outros três pilares da estratégia que que visa o uso da tecnologia para educar.
Em paralelo com adaptação da infraestrutura está sendo operacionalizado o Sistema de Integração Educacional, a formação dos educadores para utilização do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e da Plataforma Letramento Digital e a elaboração do painel gestor, ferramenta que compilará informações e indicadores da educação.
O secretário da Smed, Marcelo Oliveira, faz questão de explicar o passo a passo do projeto, que na opinião dele está sendo uma “verdadeira virada de chave na educação municipal”. “Vamos inserir todos os nossos estudantes no mundo digital. Começamos com a entrega dos equipamentos, que é parte mais visível. Esta semana, a cada dia, dez escolas estão recebendo os tablets e notebooks. Pretendemos concluir a entrega total até o final de outubro”, garante.
Ainda no quesito infraestrutura, a Smed garante o pacote de dados mensal, por meio de chips, em todos os tablets, além da ampliação da rede wi-fi para todas as escolas até 2023. “Vale lembrar que cada equipamento desse tem um pacote de dados, independente do wi-fi das escolas para que os alunos estejam conectados e possam usar esse equipamento em casa. O projeto visa estender o tempo pedagógico do aluno para além do ambiente escolar, o professor através do ambiente virtual de aprendizagem que é segunda etapa do programa”, explica.
Demais ações
Sobre o segundo pilar do programa, o secretário salienta que o sistema de Integração Educacional visa a unificação dos sistemas de gestão com 19 módulos iniciais. “Essa etapa vai ser fundamental para a organização da própria Smed, que vai avançar na matrícula, registro das notas dos alunos, a frequência escolar, merenda e todos os históricos, integrando na rede todas as informações”, diz.
Junto com as duas primeiras etapas do Educação Digital está sendo realizada a formação dos educadores para utilização do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e da Plataforma Letramento Digital. O AVA trará conteúdos como filmes, games, textos, videoaulas e exercícios de fixação, todos alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o referencial curricular da rede municipal.
Por meio da plataforma gamificada será possível que o aluno aprenda brincando, conectado com a realidade atual dos alunos na sociedade digital. Um outro diferencial é o acompanhamento pelo professor das atividades para casa e aprendizagem de forma integrada ao Sistema de Integração Educacional, “linkando” o momento pedagógico presencial e o remoto.
“O programa vai possibilitar a realização das atividades em casa com o aparato de vídeos, imagens, jogos e ferramentas interativas que o próprio sistema vai trazer. E o melhor que as crianças vão aprender dentro de um game, ou seja, eles passam de fase, à proporção que for acertando as respostas. Isso é estimulante, cria-se o ranking e a disputa saudável pelos primeiros lugares. Essa é a nova educação que se apega à tecnologia e a ludicidade para educar”, afirma o secretário, lembrando que o sistema de correção de avaliações em tempo real na plataforma também vai agilizar o cumprimento da programação pedagógica.
O AVA irá ajudar alcançar as metas do PNE, que estabelece 100% das crianças do 3º ano do ensino fundamental alfabetizadas, selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças, fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades para atingir as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Além disso, o AVA vai ajudar a universalizar, até o quinto ano de vigência deste PNE, o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e triplicar, até o final da década, a relação computador/aluno (a) nas escolas da rede pública de educação básica.
A Plataforma Letramento Digital foi desenhada e adaptada para crianças do Ensino Fundamental. O conteúdo incluiu vídeos animados, jogos interativos e exercícios que estimulam o pensamento lógico, computacional e a resolução de problemas, numa linguagem fácil de entender. “É um grande salto, um salto gigantesco. É como se a gente estivesse mudando os rumos, descortinando um novo horizonte na educação dessas crianças”, considera.
Já o último pilar que prevê a criação do painel gestor, ferramenta fundamental para gestão pedagógica e administrativa na educação, o secretário destaca o quesito transparência. “Teremos um sistema transparente de informações para todos os envolvidos nessa rede que vai trazer índices de desempenho, de custo, de resultados, de uma forma muito simples, em um painel, para que possamos acompanhar a evolução da educação em Salvador”, finaliza Oliveira.