Em 2018, após dois anos seguidos em queda, o valor da produção agrícola baiana cresceu 27,1% e chegou ao seu recorde desde o início do Plano Real, em 1994: R$ 19,622 bilhões, R$ 4,187 bilhões a mais do que em 2017 (R$ 15,435 bilhões). Foi a maior taxa de crescimento entre os estados brasileiros, e o aumento em termos absolutos ficou abaixo apenas do registrado em Mato Grosso, onde o valor da produção agrícola avançou R$ 6,781 bilhões (+15,6%) e chegou a R$ 50,165 bilhões em 2018. Os dados são do IBGE.
Com o crescimento, a Bahia passou de uma participação de 4,9% no valor da produção agrícola brasileira, em 2017, para 5,7% em 2018. Embora tenha se mantido como o sétimo estado em valor da agricultura em ambos os anos, apresentou o segundo maior ganho de participação nacional entre 2017 e 2018, ligeiramente menor apenas que o de Mato Grosso, que subiu de 13,7% para 14,6%.
A Bahia é também o estado com maior valor da produção agrícola na região Nordeste, respondendo por quase metade do total: 47,6% dos R$ 41,2 bilhões gerados pela agricultura nordestina. Tanto em 2017 quanto em 2018, São Paulo era o estado brasileiro com maior valor da produção agrícola, respondendo por 15,5% do total do país, o que equivalia a R$ 53,164 bilhões neste último ano.
Entre 2017 e 2018, o valor da produção agrícola nacional cresceu 8,3%, chegando a R$ 343,501 bilhões, também um recorde para o país.
Soja, algodão e café são destaques
De 2017 para 2018, 26 dos 46 produtos colhidos na Bahia tiveram aumento do valor da produção. Houve estabilidade no valor de um produto (marmelo) e queda em 19.
Em média, houve avanços no valor tanto das lavouras permanentes (+10,1%, chegando a R$ 5,314 bilhões), quanto das temporárias (+34,9%, chegando a R$ 14,307 bilhões). Entretanto, este último foi mais importante para o resultado geral da agricultura baiana, puxado pelos cereais, leguminosas e oleaginosas, também chamados de grãos.
O valor de produção baiana de grãos cresceu 43,7% em relação a 2017, chegando a R$ 12,234 bilhões em 2018, o que representou mais R$ 3,722 bilhões de um ano para o outro. Tanto em termos relativos (43,7%) quanto absolutos (+R$ 3,722 bi), foram os segundos maiores aumentos do país para esse grupo de produtos.
Assim como ocorreu no Brasil como um todo, o aumento do valor agrícola na Bahia foi liderado, em termos absolutos, pela soja, cuja produção somou R$ 7,102 bilhões em 2018, R$ 1,775 bilhão acima de 2017 (+33,3%). Em seguida veio o algodão herbáceo em caroço, que chegou a um valor de produção de R$ 3,570 bilhões, R$ 1,631 bilhão maior que o de 2017 (+84,2%).
O café total teve o terceiro maior aumento no valor de produção, tanto na Bahia como no Brasil. O valor total do café baiano produzido em 2018 chegou a R$ 1,381 bilhão, 33,6% maior que o de 2017. A variedade arábica respondeu por R$ 676,976 milhões (62,2% a mais que em 2017), enquanto a produção do café canephora somou R$ 704,565 milhões (14,3% a mais que em 2017).
No outro extremo, a banana foi o produto com maior queda de valor na Bahia, de 2017 para 2018: de R$ 931,809 milhões para R$ 822,534 milhões (-11,7% ou menos R$ 109,275 milhões). A mandioca (menos R$ 96,215 milhões ou -17,9%, chegando R$ 439,884 milhões) e o coco (-31,7% ou menos R$ 80,673 milhões, chegando a R$ 173,876 milhões) vieram em seguida.