As vendas no comércio varejista baiano devem crescer 10% este ano na comparação com 2017, atingindo um faturamento de R$ 66 bilhões, ou seja, um aumento de R$ 6 bilhões no varejo do Estado. A estimativa é da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba). Segundo a entidade, entre as dez atividades analisadas pela Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) oito devem registrar variação positiva, uma estabilidade (outras atividades) e uma retração (-3%) no setor de concessionárias de veículos.
O destaque para este ano fica para a área supermercadista, com crescimento de 11% atingindo R$ 23,8 bilhões de faturamento. Por ter o maior faturamento do Estado, este setor exerce mais influência sobre o resultado final, o que significa 3,8 pontos percentuais em participação absoluta. As demais variações positivas são das seguintes atividades: autopeças e acessórios (+32%), eletrodomésticos e eletrônicos (+29%), móveis e decoração (+16%), farmácias e perfumarias (+11%), vestuário, tecidos e calçados (+7%), departamentos (+4%) e materiais de construção (+3%).
Outras pesquisas da Federação mostram que consumidores e empresários do comércio estão mais otimistas. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) fechou o ano passado com quase 84 pontos, 4% superior ao registrado no final de 2016. E o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) encerrou 2017 com patamar 8% maior que no ano anterior, de 107 pontos. (ambas as pesquisas a pontuação varia entre 0 e 200 pontos).
Poder de compra
O maior poder de compra está relacionado à inflação mais baixa, 2,4% no acumulado de 12 meses na RMS e deflação (-2,1%) em alimentos. O índice de preços deve subir um pouco mais em 2018 por conta de alguns fatores como demanda mais alta, safra agrícola menor, preço dos combustíveis, dentre outros.
Entretanto, mesmo com o índice de preços pressionando um pouco mais, o orçamento das famílias não vai ser afetado, por outro lado, é prevista a ampliação gradativa da renda por causa da melhoria do mercado de trabalho. Segundo o Caged, de janeiro a novembro, houve um saldo positivo de quase 19 mil vagas com carteira assinada no estado da Bahia. O trabalho informal também vem colaborando para que as famílias consigam ampliar o seu consumo. A expectativa é que essa variável, emprego, deve ser o destaque em 2018, sendo o fator importante para o crescimento nacional e regional.
O ponto de instabilidade em 2018, segundo a Fecomércio-Ba, está no cenário político. Segundo a entidade, enquanto não houver um pouco mais de clareza sobre o próximo presidenciável a economia vai continuar reagindo, com crescimento relativamente baixo, aproveitando a capacidade ociosa existente, mas sem a injeção dos grandes investimentos.
“Portanto, as condicionantes do consumo (renda, emprego e crédito) estão consolidadas e o reflexo no varejo da Bahia será neste aumento nas vendas estimado em 10% para este ano. O cenário de curto prazo está dado, mas o quadro eleitoral é que pode acelerar, no longo prazo, esse novo ciclo de crescimento ou levar o país a um desarranjo das contas públicas com crescimento econômico limitado”, diz a entidade em nota.