As vendas do varejo na Bahia, em janeiro, voltaram a crescer em relação ao mês anterior (2,3%), após sete recuos consecutivos nessa comparação, que não leva em conta influências sazonais (o Natal, por exemplo). Apesar do resultado positivo, o volume de vendas na Bahia iniciou o ano de 2022 bem abaixo (-8,7%) do patamar registrado em fevereiro de 2020, no pré-pandemia. Isso depois de fechar 2021 com recuo de 10,8% nessa comparação. Já na comparação de janeiro/22 com janeiro/21, o resultado das vendas do varejo na Bahia seguiu negativo, mostrando queda de 7,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE.
Foi o sexto recuo consecutivo no volume de vendas, nesse confronto com o mesmo mês do ano anterior, e um resultado pior que o verificado no Brasil como um todo (-1,9%). Foi ainda o pior janeiro para as vendas do varejo no estado desde 2016, quando havia sido registrada uma queda de 13,6%.
Frente a janeiro de 2021, 16 das 27 unidades da Federação tiveram recuos nas vendas. Os piores resultados foram registrados no Amapá (-10,8%), em Sergipe (-8,9%) e no Distrito Federal (-7,8%). A Bahia teve a 4a queda mais intensa. Por outro lado, Amazonas (35,3%), Roraima (75,5%) e Espírito Santo (7,2%) registraram as maiores altas.
Com o desempenho de janeiro, as vendas do varejo baiano se mantiveram em queda (-1,0%) no acumulado nos últimos 12 meses (frente aos 12 meses anteriores).
Nesse confronto, o estado tem o 8º pior resultado do país. O Brasil como um todo mostra avanço de 1,3%. Piauí (9,5%), Rondônia (8,2%) e Espírito Santo (7,1%) lideram entre os resultados positivos, enquanto Tocantins (-7,6%), Distrito Federal (-5,0%) e Paraíba (-4,3%) mostram as quedas mais intensas.
Móveis e eletrodomésticos
Em janeiro, na Bahia, 5 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui as vendas de automóveis e material de construção) tiveram quedas nas vendas, frente ao mesmo mês de 2021.
O maior recuo foi verificado no segmento de móveis e eletrodomésticos (-30,2%), que também exerceu a principal influência negativa no resultado geral das vendas do varejo no estado. As vendas dessa atividade também registram a maior queda na Bahia no acumulado em 12 meses (-10,0%).
As vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também caíram (-8,5%). A atividade mostrou o terceiro recuo mais intenso na Bahia, em janeiro, mas, por ter o maior peso na estrutura do comércio varejista baiano, exerceu a segunda principal pressão de baixa no resultado geral do setor.
As vendas dos supermercados têm o segundo pior resultado do varejo baiano nos 12 meses encerrados em janeiro (-9,7%).
Outro destaque negativo, em janeiro, veio das vendas de combustíveis e lubrificantes, que recuaram 19,3%, apresentando o segundo pior resultado do mês, dentre as atividades, e a terceira principal influência negativa no resultado geral, na Bahia.
Dentre os segmentos com crescimentos nas vendas, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foi o principal destaque, com a maior alta (24,4%) e a principal influência no sentido de conter a queda do varejo baiano em janeiro.
Em seguida, praticamente empatadas em termos de contribuição positiva, vieram as atividades de outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (11,9%).
Vendas do varejo ampliado
Em janeiro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano cresceu frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (4,1%). Foi um resultado bem superior ao nacional (-0,3%) e o 2º melhor entre os 27 estados, abaixo apenas do registrado em Sergipe (6,1%).
Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas do varejo ampliado na Bahia também tiveram alta em janeiro (4,4%), mostrando um resultado acima do nacional (-1,5%).
Por sua vez, nos 12 meses encerrados em janeiro, as vendas do varejo ampliado na Bahia acumulam crescimento de 8,2%, acima do verificado no país como um todo (4,6%).
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
No confronto com janeiro de 2021, as vendas de veículos na Bahia tiveram forte alta (49,6%), acumulando crescimento de 50,6% no acumulado em 12 meses. Já o comércio de material de construção teve queda no primeiro mês de 2022 (-14,3%) e mostra recuo de 12,2% no acumulado em 12 meses.