O projeto da nova orla entre Boca do Rio e Pituaçu, que contará com investimento de R$135,4 milhões foi apresentado no 13ª edição do Fórum de Sustentabilidade da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi). Na ocasião, a secretária de Desenvolvimento Econômico Emprego e Renda da Prefeitura Municipal de Salvador, Mila Paes Scarton disse que a nova estrutura vai criar uma centralidade econômica para a cidade.
Isto porque, nesta região serão implantados 25 quiosque, área para quadra poliesportiva, academia ao ar livre, entre outros equipamentos. De acordo com a secretária, a expectativa é de gerar mais de 400 empregos diretos, na construção dos 3,5 km.
“A pista de carro será colocada na pista interna, criando outro trecho. É uma área de grande potencial construtivo. Será o maior investimento público em uma obra de intervenção urbana. Só em empreendimentos comerciais já temos 73,6 milhões de em possibilidade de liberação de alvará que estão em aprovação dentro da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur)”, diz Mila.
Ao BadeValor, Mila Paes disse que a obra na região não tem a ver com a possibilidade de mudar o circuito do carnaval, mas também não descartou. “Tem um olhar sobre a possibilidade para carnaval, claro, mas por enquanto o circuito continua sendo entre Barra e Ondina”.
Projetos
Para Mila, o poder público não tem condições de resolver tudo sozinho, sendo imprescindível a parceria com o setor privado. “A união faz a força. Precisamos pensar em projetos para nossa cidade. É um desafio olhar para a cidade, que é a quarta maior do país, com uma massa salarial não muito grande e gerar dinâmica de crescimento, de incremento da economia local. Mas com parcerias conseguiremos, seja fortalecendo, seja diversificando nossa matriz econômica. Temos programas que olha para o mercado de tecnologia, de formação de mão de obra em tecnologia, que é uma vertente de crescimento. Salvador tem muita mão de obra criativa e de geração de negócios. Precisamos focar nas parcerias entre o setor público e o privado”, observa.
A gestora contou, ainda, que reativou o Conselho Gestor de Concessão e abriu uma empresa de economia mista que vai poder ser sócia de empresas privadas na implantação de projetos na cidade.
“Estamos finalizando um processo público, até o final do mês, que vai nos orientar na implantação do Fundo de Investimento Imobiliário de Salvador, que poderemos colocar imóveis do município para que se gere uma segurança jurídica para incorporador imobiliário com interesse naquele imóvel, como também desenvolver regiões como o Centro Histórico”, finaliza.
Ela reforçou a importância do mercado imobiliário para o desenvolvimento econômico da Bahia e revelou que uma das medidas adotadas pela Semdec foi o lançamento do novo edital de desenvolvimento e inovação, chamado de Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Sustentável e Inovação (PIDI), iniciativa que pretende impulsionar o desenvolvimento econômico e incentivar a geração de empregos, expansão dos negócios e sustentabilidade na capital baiana, estimulando a requalificação dos imóveis em locais subutilizados ou degradados. “Ampliamos o PIDI para diversos setores da matriz econômica de Salvador. Não há mais concorrência entre projetos, portanto, o limite é o teto orçamentário previsto em lei”, explica.
O programa concederá incentivos tributários para a implantação, ampliação e reforma de novos empreendimentos localizados no Centro Histórico, Bonfim e nas orlas da Ribeira e Barra. O PIDI devolve parte do capital investido, em forma de título (Cidei) para o empreendimento que requalificar um imóvel e gerar emprego e desenvolvimento econômico, podendo o benefício chegar até 50% do valor comprovado do seu investimento em forma de desconto no IPTU e ISS. O investimento será de R$500 milhões até 2025, o que equivale a 1% da receita corrente líquida da Prefeitura realizada no exercício anterior.
“A Barra é reflexo do tanto que a intervenção urbana pode gerar. Foi a primeira grande intervenção e hoje é um canteiro de obras, em todas as esquinas têm prédios e surgem cada vez mais oportunidades para investidores”, destaca Mila.
Outro projeto inovador, mas ainda embrionário é o Sistema Building Information Modeling (BIM) para aprovação de incorporações imobiliárias. “Salvador é a primeira cidade do mundo que adotou esse sistema. Isso vai baixar muito o custo para o investidor imobiliário. Por enquanto já foi feito em empreendimento de uma torre só, mas vamos expandir logo”, garante a secretária.