Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou negativo (-0,12%) na Região Metropolitana de Salvador (RMS), voltando a cair, após a alta registrada em outubro (0,40%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 14 de outubro e 14 de novembro de 2023.
Com a variação de -0,12%, a RMS teve a maior deflação (ou queda média dos preços), segundo o IPCA-15, para um mês de novembro, nos 23 anos de série histórica do indicador regional (iniciada em 2000). Também foi o recuo mais intenso dentre os 11 locais pesquisados separadamente pelo IBGE no Brasil, significativamente menor do que o índice nacional (0,33%).
Na prévia da inflação de novembro, os maiores aumentos ocorreram em Brasília/DF (0,61%) e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro/RJ (0,56%) e São Paulo/SP (0,47%). Além da RM Salvador, a RM Recife/PE (-0,04%) também teve deflação.
No acumulado de janeiro a novembro de 2023, o IPCA-15 da RMS está em 3,77%. Segue abaixo do nacional (4,30%) e é o 3º menor dentre as 11 áreas pesquisadas. Está também próximo da metade do verificado no acumulado no mesmo período de 2022 (6,44% entre janeiro e novembro de 2022).
Nos 12 meses encerrados em novembro, o índice acumula alta de 4,14% na RMS, também abaixo do indicador nacional (4,84%) e o 2º menor do país.
Transportes
A deflação registrada pelo IPCA-15 de novembro na Região Metropolitana de Salvador (-0,12%) foi resultado de quedas nos preços médios em cinco dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice.
A principal influência para o resultado veio do grupo transportes, que, após quatro meses de altas consecutivas, teve a retração mais intensa (-0,80%). A principal influência veio dos combustíveis (-3,98%), com força maior da gasolina (-4,0%), item que individualmente mais puxou para baixo a prévia da inflação de novembro na RMS. O etanol (-4,12%) e o diesel (-3,64%) também recuaram, segundo o IPCA-15.
As despesas com saúde e cuidados pessoais (-0,61%) tiveram a segunda deflação mais intensa e deram a segunda contribuição mais importante para a queda do IPCA-15 de novembro, na RM Salvador. Os produtos para cabelo (-7,96%) e os remédios contra hipertensão e colesterol alto (-2,93%) foram as principais influências de baixa no grupo.
Por outro lado, dentre os quatro grupos de produtos e serviços com altas na prévia da inflação do mês, habitação, com o segundo maior aumento (0,48%), foi o que mais impediu o IPCA-15 de cair ainda mais, sob influência importante do gás de botijão (2,03%) e das taxas de água e esgoto (2,23%).
O maior aumento médio dos preços em novembro, na Região Metropolitana de Salvador, segundo o IPCA-15, veio do vestuário (0,95%), puxado pelas roupas femininas (1,58%) e pelos calçados e acessórios (1,25%).
Apesar da queda relevante do grupo transportes, as passagens aéreas (13,23%) foram, pelo segundo mês consecutivo, o item com a maior alta, segundo o IPCA-15, e, mais uma vez, exerceram a maior pressão inflacionária individual, na RMS.