O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,16%, em março, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O indicador desacelerou significativamente em relação a fevereiro, quando tinha sido de 0,96%, em grande parte pela influência sazonal do aumento no grupo educação naquele mês. Foi, também, o mais baixo para um mês de março, na RMS, em seis anos, desde 2018, quando havia ficado em -0,27%.
O IPCA da RMS, em março, ficou igual ao do Brasil como um todo (0,16%) e foi o 10º dentre os 16 locais pesquisados separadamente pelo IBGE. Apenas a Região Metropolitana de Porto Alegre teve deflação no mês (-0,13%), enquanto os maiores índices foram verificados no município de São Luís/MA (0,81%), na RM Belém/PA (0,54%) e no município de Aracaju/SE (0,50%).
Com esse resultado, o IPCA da RMS acumula alta de 1,26% no primeiro trimestre de 2024. Mantém-se abaixo do registrado nacionalmente (1,42%) e como o 12] maior índice entre os 16 locais. A inflação acumulada de janeiro a março de 2024, na RMS, é a menor para o período desde 2020 (0,67%).
Nos 12 meses encerrados em março, a inflação na RM Salvador acumula alta de 3,36%. Segue bem menor do que a verificada no mesmo período de 2023 (5,36%), desacelereou frente ao registrado em fevereiro (3,65%) e é a 5a mais baixa do país, mantendo-se menor do que o índice do Brasil como um todo (3,93%).
Aumento dos medicamentos
A inflação de março na Região Metropolitana de Salvador (0,16%) foi resultado de altas em seis dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. O maior aumento no mês e o principal impacto para cima no índice geral vieram do grupo saúde e cuidados pessoais (0,97%), que mostrou um quarto avanço médio consecutivo nos preços.
Os medicamentos em geral (produtos farmacêuticos, 1,93%) exerceram a principal pressão inflacionária no grupo, mas houve altas importantes também em itens de cuidados pessoais, como produtos para cabelo (6,39%, o que, individualmente, mais puxou o custo de vida para cima na RMS, em março), e nos planos de saúde (0,78%).
Mesmo aumentando menos do que em fevereiro, o grupo alimentação e bebidas (0,31%) também manteve uma contribuição importante para o IPCA de março, na RMS, desta vez com força maior da alimentação fora do domicílio (0,84%), sobretudo as refeições, ou seja, almoço ou jantar fora (0,62%).
Mas muitos alimentos comprados para consumo em casa também tiveram altas relevantes para a inflação do mês, como o tomate (17,02%), a banana-prata (8,04%) e a cebola (7,84%). Dos 10 produtos ou serviços cujos preços mais aumentaram em março, na RMS, 8 foram alimentos, liderados pelo cheiro-verde (18,95%), o coentro (17,34%) e o tomate (17,02%).
Por outro lado, dentre os três grupos que registraram deflação na RMS, em março, a retração mais profunda e principal contribuição no sentido de segurar o IPCA vieram dos transportes (-0,60%), puxados fortemente pelas passagens aéreas (-19,35%). Elas foram o terceiro produto ou serviço com maior deflação no mês, abaixo de dois alimentos: o maracujá (-25,36%) e a cenoura (-23,44%).
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