O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação (ou custo de vida), calculado pelo IBGE, ficou em 0,63% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em abril. O indicador da RMS acelerou em relação a março, quando tinha sido de 0,16%. Também ficou acima do registrado no Brasil como um todo (0,38%) e foi o 3º mais alto entre os 16 locais pesquisados separadamente pelo IBGE – abaixo apenas dos verificados em Aracaju (0,78%) e Porto Alegre (0,64%). Apenas a Região Metropolitana de Fortaleza teve deflação no mês (-0,15%).
Com o resultado, o IPCA da RMS acumula alta de 1,90% de janeiro a abril de 2024. Já superou o índice nacional (1,80%) e é o 7º mais elevado entre os 16 locais. Ainda assim, está abaixo do registrado no mesmo período de 2023 (2,87%).
Nos 12 meses encerrados em abril, a inflação na RMS acumula alta de 3,49%. Apesar de ter acelerado (em março, esse acumulado estava em 3,36%), segue menor do que a verificada no mesmo período de 2023 (5,18%) e é a 6a mais baixa do país, mantendo-se menor do que o índice do Brasil como um todo (3,69%).
Alimentação e saúde
A inflação de abril na Região Metropolitana de Salvador (0,63%) foi resultado de altas disseminadas por 8 dos 9 grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. O maior aumento no mês e o segundo principal impacto para cima no índice geral vieram do grupo saúde e cuidados pessoais (1,42%), que mostrou um quinto avanço médio consecutivo nos preços.
O grupo foi impactado pela alta de preços dos medicamentos em geral (produtos farmacêuticos, 4,10%), em decorrência do reajuste de até 4,5% autorizado pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a partir de 31 de março.
Dentre os remédios, a principal pressão inflacionária veio daqueles contra hipertensão e colesterol alto (hipotensores e hipocolesterolêmicos, 5,44%). Os planos de saúde (0,78%) também seguiram como influência de alta importante.
Mas quem mais puxou a inflação de abril para cima, na RMS, foram os preços de alimentação e bebidas (1,07%), que também apresentaram o quinto aumento mensal consecutivo, o segundo mais intenso entre os grupos que formam o IPCA, e mostraram importante aceleração frente a março (quando haviam subido 0,31%).
Produtos como cebola (25,35%, maior aumento entre todos os itens pesquisados pelo IPCA), tomate (22,11%, segundo maior aumento entre todos os itens) e leite longa-vida (7,30%) estiveram entre as principais pressões inflacionárias na RMS.
Dos 10 produtos ou serviços cujos preços mais aumentaram em abril, na RM Salvador, 9 foram alimentos, liderados pela cebola, o tomate e a batata-doce (17,02%). O único produto não alimentício entre os 10 maiores aumentos foi o medicamento dermatológico (6,68%, 9a maior alta).
Gasolina
Outra pressão inflacionária importante em abril, na RMS, veio da gasolina, que aumentou 2,37% e, por ter peso importante nas despesas das famílias, foi o item que, individualmente, mais puxou o IPCA do mês para cima.
Os artigos de residência (-0,56%) foram os únicos a ter deflação (queda média de preços) em abril, na RM Salvador, puxados pelos eletrodomésticos (-0,87%) e os móveis para sala (-2,67%).
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