O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,66% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em dezembro. Teve uma segunda aceleração seguida e ficou acima, também, do registrado em dezembro de 2023 (quan do havia sido 0,45%). Foi quase o dobro do verificado no Brasil como um todo (0,34%) e o índice mais alto entre os 11 locais pesquisados separadamente.
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 13 de novembro e 12 de dezembro. Com o resultado do mês, o IPCA-15 da Região Metropolitana de Salvador fechou o ano de 2024 em 4,67%. O índice anual da região ficou acima do registrado em 2023 (que havia sido 4,24%), mas ainda abaixo dos verificados nos dois anos anteriores (6,83% em 2022 e 10,67% m 2021).
No fechamento de 2024, o IPCA-15 da RMS (4,67%) ficou um pouco abaixo do resultado nacional (4,71%), sendo apenas o 6º entre os 11 locais pesquisados. As regiões metropolitanas de Belo Horizonte/MG (6,20%) e Belém/PA (4,98%) e a cidade de Goiânia/GO (4,87%) tiveram as maiores prévias de inflação do ano de 2024. Os menores índices foram os da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS (3,69%), de Brasília/DF (3,86%) e da RM Recife/PE (4,22%).
Transportes e alimentos
O IPCA-15 de dezembro na Região Metropolitana de Salvador foi resultado de aumentos nos preços médios em cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para a composição do índice. Os transportes tiveram a maior alta no mês (2,27%) e foram os que mais puxaram a prévia da inflação para cima, na RMS. A variação de dezembro foi a maior para o grupo em dois anos e meio, desde junho de 2022 (quando havia sido de 2,90%).
Os combustíveis registraram aumento importante (4,32%), fortemente influenciado pela gasolina (4,54%), item que, individualmente, mais pressionou a prévia da inflação de dezembro, na Região Metropolitana de Salvador. As passagens aéreas também deram uma relevante contribuição de alta, com o maior aumento entre os itens pesquisados (15,35%).
Com o segundo maior aumento no mês, o grupo alimentação e bebidas (1,49%) também seguiu pressionando o custo de vida para cima, na RMS. Registrou uma terceira alta seguida, mostrando aceleração frente aos meses anteriores. As carnes (8,26%), sobretudo a costela (12,71%) e a alcatra (8,92%), foram as principais influências para cima, entre os alimentos.
Dentre os quatro grupos com deflação em dezembro, na RMS, segundo o IPCA-15, as principais contribuições no sentido de segurar o índice vieram de habitação (-0,95%) e artigos de residência (-0,79%). Eles foram puxados, respectivamente, pela energia elétrica (-5,26%), item que, individualmente, mais ajudou a conter o IPCA-15 do mês, e pelos televisores (-1,64%).
2024
No ano de 2024 (4,66%), oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA-15 tiveram aumentos, na Região Metropolitana de Salvador. Depois de fechar 2023 com deflação (-0,92%), alimentação e bebidas teve, em 2024, o terceiro maior aumento entre os grupos (5,84%) e, por seu peso na formação do índice, deu a principal contribuição de alta ao IPCA-15 do ano, na RMS.
Foi puxado com mais força pela alimentação no domicílio (6,40%), sobretudo pelas carnes (17,79%), como a costela (27,21%), e pelas bebidas e infusões (20,72%), sobretudo o café moído (38,77%). A alimentação fora de casa (4,21%) também pressionou a prévia da inflação do ano, sob maior influência das refeições (almoço ou jantar), que aumentaram 4,01%.
Nove dos dez produtos e serviços que mais aumentaram no ano de 2024, na RM Salvador, segundo o IPCA-15, foram alimentos, liderados por café (38,77%), óleo de soja (34,73%) e alho (28,83%). O único item não alimentício nessa lista foi a depilação (18,01%), que ficou em 10º lugar.
Com o segundo maior aumento entre os grupos, na prévia da inflação de 2024, saúde e cuidados pessoais (7,05%) também deu a segunda maior contribuição de alta para o IPCA-15 do ano, na RMS. Foi puxado pelos planos de saúde (7,91%), que exerceram a segunda principal pressão inflacionária individual na prévia do ano.
A alta dos planos de saúde só teve impacto individual menor do que a da gasolina, no IPCA-15 de 2024, na RM Salvador. O combustível aumentou 9,34% até meados de dezembro e foi o item que mais puxou a prévia da inflação do ano para cima.
O único grupo com deflação em 2024, na RMS, segundo o IPCA-15, foi artigos de residência (-0,38%), que fechou o segundo ano consecutivo mostrando queda média dos preços, puxado, sobretudo por refrigeradores (-4,14%), móveis para sala (5,46%) e máquina de lavar roupa (-7,61%).
A energia elétrica também teve queda de preço em 2024 (-4,36%), de acordo com o IPCA-15, e foi o serviço que, individualmente, mais contribuiu para segurar a prévia da inflação do ano, na RMS. Nesse sentido, as passagens aéreas, apesar dos fortes aumentos em novembro e dezembro, tiveram a segunda principal influência, com deflação no ano de 2024 (-17,86%).
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