O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em -0,25% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em julho, bem abaixo tanto da variação de junho (0,12%) quanto do 0,50% registrado em julho de 2016. Foi a maior deflação, medida pelo IPCA-15, desde agosto de 2014 (-0,38%) e, considerando apenas os meses de julho, a maior deflação desde o início da série disponível (ano 2000). Os dados foram diculgados pelo IBGE.
O IPCA-15 da RMS, em julho, ficou abaixo da média do país (-0,18%) e foi a segunda maior deflação dentre as 11 regiões pesquisadas, acima apenas da registrada na Região Metropolitana de São Paulo (-0,29%). A RM Curitiba (0,01%) foi a única das áreas que não teve variação negativa na prévia da inflação de julho.
Com o resultado negativo de julho, no acumulado em 12 meses, o IPCA-15 da Região Metropolitana de Salvador tem alta de 2,58%, com desaceleração em relação a junho (3,36%) e mantendo a redução no ritmo de alta verificada desde abril (quando o acumulado tinha sido de 4,84%).
No ano de 2017, o índice ficou em 1,41%, abaixo do 1,66% acumulado até junho, desacelerando pela primeira vez desde março e passando a ficar um pouco abaixo da média nacional (1,44%). O IPCA-15 da RM Salvador neste ano (1,41%) também está num patamar bem abaixo do acumulado de janeiro a julho de 2016 (5,74%).
Transportes e alimentos são principais influências na deflação de julho
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15, cinco tiveram variações negativas de preços em julho, na Região Metropolitana de Salvador. Reproduzindo o cenário nacional, os recuos foram liderados pelos transportes (-1,56%) e alimentos (-0,21%). Grupos que mais pesam nas despesas das famílias na RMS, eles foram, nessa ordem, as principais influências na deflação de julho registrada pelo IPCA-15.
Os transportes vêm registrando deflações seguidas, na RMS, desde abril e já acumulam, no ano de 2017, recuo de -0,64%. Em julho, mais uma vez, a variação negativa do grupo foi puxada pelos combustíveis (-4,89%), em queda também desde abril, já acumulando recuo médio de -9,00% no ano. A gasolina (-5,13%) foi o item que, isoladamente, mais puxou o IPCA-15 de julho para baixo (situação que se verifica mês a mês desde maio). Outra influência importante no grupo Transportes foi o recuo dos preços de automóveis novos (-2,68%).
A redução de -0,21% dos alimentos, embora um pouco menos intensa que o -0,43% de junho, também foi forte pressão de baixa, influenciada sobretudo pela alimentação no domicílio (-0,70%).Entretanto, a alimentação fora de casa teve aumento de 0,99% em julho e foi uma importante influência de alta no IPCA-15 do mês na RM Salvador. A refeição fora de casa (1,59%) foi, individualmente, o item que exerceu maior pressão de alta na prévia da inflação de julho.
Além disso, alimentos importantes no dia-a-dia das famílias também tiveram aumentos significativos no mês, a exemplo do pão francês (3,29%) e do feijão carioca (9,57%). Vestuário (1,34%) e Habitação (0,25%) têm aumentos e impedem maior queda de preços em julho
Os grupos de produtos e serviços que mais seguraram a queda dos preços em julho, na RM Salvador, foram Vestuário (1,34%) e Habitação (0,25%). No primeiro caso, a entrada da nova coleção de inverno levou a um aumento médio de 1,6% nas roupas. Já entre as despesas de moradia que aumentaram, os destaques foram a taxa de água e esgoto (2,82%) e o gás de botijão (3,2%).