O sonho da profissionalização ficou mais próximo para os 47 jovens que iniciaram, nesta terça-feira (17), o curso de supervisão agrícola, oferecido pelo Programa Jovem Aprendiz Rural – uma iniciativa do Instituto Aiba em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras (SPRB) e com o Sistema Senar/Faeb, para capacitação de mão de obra especializada na região.
A aluna Alessandra Nascimento, de 18 anos, viu na formação uma oportunidade de se inserir no mercado de trabalho. “Minha expectativa é aprender mais sobre o mundo do agro e futuramente fazer parte desse mundo, como profissional. A princípio eu pretendia prestar vestibular para Direito, mas preferi agarrar a oportunidade que estou tendo agora em um segmento que mais emprega na região. Nesse momento, é só um curso, mas minha expectativa é aprender mais e mais, e quem sabe me tornar uma agrônoma? Sem falar na ajuda financeira do Programa, que é muito importante para nós, proporcionando um rendimento enquanto estudamos”, declara.
Diferente de Fabiana da Cruz Silva, de 21 anos, que desde criança recebe incentivo dentro de casa, ao observar o pai na lavoura. “O que me motivou a querer participar do projeto é que meu pai é produtor rural, trabalha com cultura de milho, feijão e cria gado. Não é nada grandioso, é uma roça bem simples, mas quero adquirir conhecimento para contribuir com ele. Quero crescer com a empresa que está me contratando, mas também quero beneficiar meu pai com meu conhecimento”, relata.
Só hoje, foram iniciadas mais duas novas turmas, totalizando 16 desde que o programa foi criado, em 2013. Os alunos matriculados passam por intensa formação, durante 10 meses, na Fazenda Modelo Paulo Mizote, localizada no Projeto Irrigado Barreiras Norte. O local, equipado com salas de aula e laboratórios, proporciona aulas teóricas e práticas com professores capacitados. A grade curricular é baseada no calendário agrícola e montada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Para participar, o jovem precisa ter 18 anos completos e necessariamente estar cursando ou ter concluído o ensino médio em uma unidade regular de ensino. O curso profissionalizante não atrapalha os estudos porque a formação ocorre no contra turno escolar.
Responsabilidade
A coordenadora adjunta do Senar, Liziane Rocha, disse que a cada turma formada aumentam as expectativas e a responsabilidade. “Desejamos que os alunos tenham um bom desempenho e que possam, de fato, serem absorvidos pelo mercado do agronegócio da região”, ressaltou.
“Esse programa tem a finalidade de preencher uma lacuna enorme existente no mercado de trabalho, pois o agronegócio dispõe de muitas vagas, mas nem sempre consegue candidatos à altura para preenchê-las. Esse programa veio a calhar e com esta 15ª e 16ª turma eu creio que já estamos próximos de atender a demanda da nossa região, formando novos profissionais. Isso para nós é uma satisfação muito grande porque boa parte destes profissionais tem uma grande aceitação no mercado, mais até do que os das primeiras turmas. Isso já é um demonstrativo que realmente estamos indo para o caminho certo. Não foi fácil, nós tivemos várias alterações, várias substituições de instrutores, mas graças a Deus estamos chegando a um modelo que está atendendo essa demanda de tecnologia implantada, das culturas implantadas aqui”, ressaltou o presidente do SPRB, Moisés Schmidt.
O superintendente do Instituto Aiba, Helmuth Kieckhofer, destacou a importância da colaboração dos produtores rurais no desenvolvimento do programa. “Sem participação dos produtores não teríamos construído esta estrutura de aprendizagem. O custeio do programa e a continuidade dos investimentos é muito importante, a prova disso é olharmos para os lados e poder ver a quantidade de RH’s que estão aqui representando as fazendas da região. E podem chegar mais, pois a cada turma tentamos integrar mais fazendas ao programa”, observa.
A estimativa é que, nesses quase 5 anos de existência, o Programa Jovem Aprendiz Rural tenha sido o responsável por inserir mais de 400 profissionais em diversas empresas agrícolas. São ex-alunos que ao saírem do curso tiveram a carteira assinada em seu primeiro emprego.