A primeira estimativa para a safra de soja na Bahia, em 2019, ficou em 4,9 milhões de toneladas, indicando uma queda de 20,8% (-1,3 milhão de toneladas) em relação à produção recorde de 2018 (6,2 milhões de toneladas). É a maior redução percentual entre os estados produtores, resultado de uma estimativa de rendimento médio 22,8% menor que o verificado no ano passado: 3.015 kg/ha em 2019 frente a 3.903 kg/ha em 2018.
No país como um todo, a estimativa da produção de soja em 2019 é de 114,7 milhões de toneladas e está 2,6% abaixo da safra de 2018 (117,8 milhões toneladas), redução que também deve ser consequência de uma queda (-4,6%) no rendimento médio (de 3.378 kg/ha para 3.224 kg/ha). Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de janeiro, divulgado hoje pelo IBGE.
Os problemas climáticos na atual safra têm se mostrado, em geral, mais intensos que em 2018, com falta de chuvas em algumas regiões produtoras. As lavouras plantadas antecipadamente sofreram mais, tendo a seca ocorrido nas fases mais sensíveis, como o florescimento e o preenchimento dos grãos. As lavouras plantadas mais tardiamente parecem ter suportado melhor o período seco. Por isso, apenas com o término da colheita, pode-se ter segurança quanto à extensão das perdas de produtividade da soja em decorrência do clima.
Safra de algodão será 14,7% menor
Apesar do aumento previsto de 9,4% na área colhida (de 267,2 mil para 292,2 mil hectares), a safra baiana de algodão deve ficar, em 2019, 14,7% menor que a de 2018, totalizando 1.064.578 toneladas, frente a 1.248.154 toneladas no ano passado.
Assim como ocorre com a soja, a estimativa de queda é resultado de uma previsão de redução (-22,0%) no rendimento médio do produto.
Mesmo com a queda da produção no estado, a estimativa, em janeiro, para a safra brasileira de algodão em 2019 é de 5,4 milhões de toneladas, 8,9% superior à de 2018 (cerca de 4,9 milhões de toneladas) e um recorde na série histórica.
Preços compensadores para 2019 e resultados positivos das lavouras em 2018 foram fatores que estimularam o aumento dos investimentos nas lavouras de algodão no país como um todo, sobretudo em Mato Grosso, maior estado produtor, onde a estimativa é colher 3,7 milhões de toneladas de algodão neste ano, 17,6% mais que no ano passado.
Produção de mandioca deve voltar a crescer
Após ter recuado 26,5% e ficado em cerca de 1,5 milhão de toneladas em 2018, a produção de mandioca deve voltar a crescer na Bahia, em 2019, chegando a cerca de 1,9 milhão de toneladas, 21,6% superior à do ano anterior.
A estimativa é que o aumento se dê pelo maior rendimento médio da cultura, que, em 2019, deve ficar 21,6% superior, chegando a 10.894 kg/ha, frente a 8.959 kg/ha em 2018.
Ainda assim, a produção de mandioca no estado não deverá chegar ao patamar de 2017, quando a safra foi de 2,1 milhões de toneladas, e ainda estará muito distante do que já foi há cerca de dez anos, quando atingiu 4,7 milhões de toneladas (em 2007).
Nacionalmente, a estimativa da produção de mandioca é de 20,2 milhões de toneladas em 2019, aumento de 4,2% em relação a 2018.