O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia da inflação oficial, caiu e ficou em -0,13% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Em julho, havia sido de 0,13%. Foi a primeira variação negativa do IPCA-15 da RMS neste ano e o menor valor para um mês de agosto desde 2014, quando o índice havia sido de -0,38%, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE.
O IPCA-15 de agosto na RMS ficou bem abaixo da média nacional (0,08%), acompanhando o movimento de deflação registrado na maioria (6) das 11 áreas investigadas pelo IBGE. A prévia da inflação foi mais elevada nas regiões metropolitanas de São Paulo (0,31%) e Porto Alegre (0,29%) e foi menor no município de Goiânia (-0,29%) e na RM de Belém (-0,27%).
Com o resultado do mês, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 2,61% no ano de 2019, ainda acima da média nacional (2,51%). Nos 12 meses encerrados em agosto, o indicador está em 2,77%, desacelerando pela quarta vez consecutiva. Mantém-se abaixo da média nacional (3,22%) e é o terceiro menor dentre as 11 áreas pesquisadas, acima apenas de Goiânia (2,73%) e da Região Metropolitana de Curitiba (2,69%).
Alimentos e transportes
Dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15, quatro tiveram quedas em agosto, na Região Metropolitana de Salvador. A maior deflação foi registrada nos gastos com saúde e cuidados pessoais (-0,69%). Mas, com o segundo e o terceiro maior recuo, respectivamente, alimentação e bebidas (-0,59%) e transportes (-0,53%) foram os que mais contribuíram para a queda do IPCA-15 do mês, na RMS.
Os alimentos voltaram a ter retração, após a variação positiva de 0,40% em julho, puxados tanto pelos itens consumidos no próprio domicílio (-0,68%) quanto pela alimentação fora de casa (-0,40%).
O tomate (-24,39%) foi o produto que, individualmente, mais puxou a prévia da inflação para baixo em agosto, na RMS. Outros itens que havia exercido pressões inflacionárias importantes em julho também recuaram em agosto, como a batata-inglesa (-19,19%) e o pão francês (-3,07%). Entretanto, produtos alimentícios importantes no dia a dia mantiveram-se com fortes altas no IPCA-15 de agosto, a exemplo da cebola (26,05%).
Dentre as despesas com transportes, os recuos mais importantes para segurar a prévia da inflação de agosto foram os das passagens aéreas (-18,55%) e dos combustíveis (-1,16%), sobretudo a gasolina (-1,39%). Dentre os grupos com altas no IPCA-15 de agosto, as principais pressões inflacionárias vieram de habitação (0,75%) e despesas pessoais (0,37%).
O primeiro teve influência forte da energia elétrica (2,74%) A bandeira tarifária passou da amarela (R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora) para a vermelha (R$ 4,00), influenciando aumentos em todas as regiões pesquisadas pelo IPCA-15. Já entre as despesas pessoais, foi mais importante o peso dos serviços pessoais (0,32%), entre eles o dos gastos com empregados domésticos (0,29%).