A pandemia seguiu,em junho, impactando negativamente o rendimento médio mensal dos trabalhadores na Bahia, e o estado teve a maior proporção de pessoas ocupadas com redução salarial do país. No mês, 4 em cada 10 pessoas ocupadas na Bahia (41,5% ou 2,137 milhões de trabalhadores) tiveram redução no que de fato receberam (rendimento efetivo), comparado com o que costumavam receber (rendimento habitual). Pior: 618 mil pessoas não receberam salário no mês, por estarem afastadas do trabalho. Esse número representava metade (52,3%) de todos os afastados no estado (fosse por causa da pandemia ou não) e 1 em cada 10 trabalhadores baianos (12% do total de pessoas ocupadas).
Os dados são da da PNAD Covid-19, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Apesar de ter tido uma leve variação para baixo em relação a maio (quando havia sido de 42,4%), o percentual na Bahia foi o maior entre os estados e bem superior ao verificado no Brasil como um todo (35,9%).
A redução média no rendimento de trabalho na Bahia, em junho, foi de 20%. Habitualmente, os trabalhadores no estado tinham um rendimento médio mensal de R$1.621 e, em junho, receberam efetivamente R$ 1.298 (menos R$ 324).
Assim como já havia ocorrido em maio, todas as 27 unidades da Federação registraram, em junho, rendimento médio de trabalho menor que o habitual. A redução percentual do valor na Bahia (-20,0%) manteve-se como a quarta mais intensa. No Brasil como um todo, a diferença foi de -16,6% entre o habitualmente recebido (R$ 2.332) e efetivamente recebido (R$ 1.944).
Sintoma de gripe
Em junho, na Bahia, 1,328 milhão de pessoas, ou 8,9% da população, apresentaram pelo menos 1 dos 12 sintomas associados à síndrome gripal investigados pela PNAD COVID19 (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular).
O número de pessoas com algum sintoma no estado diminuiu em relação a maio, quando havia sido de 1,461 milhão (9,8% da população). Ficou 9,1% menor, o que representou menos 133 mil pessoas com sintomas em um mês.
Apesar da redução, a Bahia subiu no ranking nacional desse indicador, da 6a posição em maio para a 3a em junho, superando Ceará, Pará e Rio de Janeiro. Apenas São Paulo (3,248 milhões pessoas, 7,0% da população) e Minas Gerais (1,672 milhão de pessoas ou 7,9% da população) tinham mais pessoas com sintomas de gripe que a Bahia, em junho.
Frente a maio, 24 dos 27 estados tiveram quedas no número de pessoas com ao menos um sintoma de síndrome gripal. Só Mato Grosso (+22 mil pessoas), Rio Grande do Norte (+19 mil) e Piauí (+2 mil) registraram aumento.
No Brasil como um todo, em junho, 15,506 milhões de pessoas apresentaram ao menos um sintoma de gripe, o que representou 7,3% da população. Também houve recuo em relação a maio, quando 24,012 milhões haviam apresentado sintomas (11,4% da população).
Os maiores percentuais de pessoas com ao menos um sintoma de síndrome gripal em junho ocorreram no Amapá (13,5%), Roraima (12,4%) e Paraíba (10,8%); os menores em Rio de Janeiro (4,4%), Santa Catarina (4,7%) e Mato Grosso do Sul (5,4%).
A Bahia tinha o 8o maior percentual em junho (8,9%) também subindo nesse ranking em relação a maio, quando era o 17o entre os estados (com 9,8%).
Embora o número de pessoas que relataram algum sintoma de síndrome gripal tenha diminuído na Bahia, o número e percentual das que procuraram atendimento médico em razão desse sintoma aumentaram.
Na Bahia, dentre as cerca de 1,3 milhão de pessoas com ao menos um sintoma que podia estar associado à Covid-19 em junho, 226 mil (17,0%) procuraram atendimento médico em algum estabelecimento de saúde. Em maio esse número havia sido de 211 mil (14,4% dos que haviam apresentado sintoma no mês).
Mesmo com o aumento, o percentual de busca por atendimento médico na Bahia foi o quarto mais baixo entre os estados. No Brasil como um todo, 19,2% dos que apresentaram ao menos um sintoma (ou 2,979 milhões de pessoas) procuraram atendimento em estabelecimento de saúde.