A Americanas, que está em recuperação judicial, informou nesta quarta-feira (1º/2) que avalia formular, perante o juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, pedido de aprovação de financiamento extraconcursal na modalidade “debtor-in-possession” no valor mínimo de R$1 bilhão. O financiamento DIP visa ajudar a companhia a manter o curso normal de seus negócios e reforçar sua liquidez.
A varejista disse que, caso aprovado, o financiamento, em conjunto com outras fontes de liquidez sendo exploradas pela companhia, incluindo a liberação de valores retidos por determinados credores, permitirá manter os investimentos em capital de giro e financiar obrigações não concursais, incluindo pagamento a fornecedores e parceiros.
“Se efetivado, o financiamento DIP não deverá contar com garantias, permitirá a participação de credores da companhia e deverá ter remuneração equivalente ao custo médio de financiamento da companhia antes do pedido de recuperação judicial (cerca de 128% do CDI). A companhia vem discutindo com seus acionistas de referência a possibilidade de eles subscreverem até a totalidade do valor mínimo. O financiamento DIP poderá ser eventualmente substituído por novo financiamento, conversível em ações da companhia, e que assegurará o direito de preferência de todos os acionistas”, afirmou a empresa.
Entenda o caso Americanas
A descoberta de inconsistências contábeis no balanço fiscal do grupo Americanas, no começo de janeiro, resultou no pedido de demissão do presidente Sérgio Rial e do diretor de relações com investidores André Covre. Eles tinham sido empossados havia pouco mais de uma semana, mas anunciaram a decisão de deixar os cargos ao estimar um rombo de R$ 20 bilhões na empresa.
A notícia gerou uma queda imediata de mais de 70% nas ações da Americanas cotadas na Bolsa de Valores. Na petição de recuperação judicial apresentada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o grupo calcula que as inconsistências contábeis devem elevar as dívidas para um montante em torno de R$ 40 bilhões.