O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,61% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) no mês de outubro. Com esse resultado, a RMS voltou a apresentar aumento médio de preços após três meses consecutivos de deflação (-1,06% em julho, -0,17% em agosto e -0,32% em setembro). Ainda assim, considerando todos os meses do ano, foi o menor índice de inflação desde abril de 2021 (0,09%).
A inflação de outubro na RMS (0,61%) foi levemente mais intensa do que a verificada no país como um todo (0,59%) e o 7º maior índice, dentre as 16 regiões investigadas separadamente. No mês, todas elas tiveram aumentos médios nos preços, com os maiores sendo registrados na RM Recife/PE (0,95%), em Brasília/DF (0,87%) e na RM Porto Alegre/RS (0,76%).
No acumulado no ano de 2022, o IPCA na RM Salvador voltou a acelerar (aumentar mais do que no mês anterior), ficando em 5,61% (frente a 4,97% até setembro). O índice está acima do nacional (4,70%) e é o segundo maior do país, abaixo apenas da RM Rio de Janeiro/RJ (5,93%).
Nos 12 meses encerrados em outubro, porém, a RM Salvador apresentou a sua quarta desaceleração seguida, ficando em 8,21% (havia sido de 8,87% nos 12 meses encerrados em setembro). Ainda assim, continua acima do indicador nacional (6,47%) e se manteve como a mais elevada do país.
Passagens aéreas e perfume
Em outubro, a inflação medida pelo IPCA na Região Metropolitana de Salvador (0,61%) foi fruto de aumentos nos preços médios de oito dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o índice. Os dois grupos que mais colaboraram para o aumento do custo de vida em outubro, na RMS, foram saúde e cuidados pessoais (1,52%) e transportes (0,64%).
A inflação do grupo saúde e cuidados pessoais acelerou frente a setembro, quando havia sido de 0,25%. O perfume (5,99%) foi o item que individualmente exerceu a 2ª maior pressão inflacionária no mês, na RMS, e o aumento do valor do plano de saúde (1,63%) foi o 3º mais significativo para a inflação da região.
Após três meses seguidos de deflação, o grupo transportes voltou a apresentar alta média de preços na RMS, em outubro. As passagens aéreas (20,01%) fora o item que exerceu a maior pressão inflacionária individual no mês.
Os combustíveis, que vinham em queda há três meses, apresentaram leve aumento em outubro (0,07%), e a gasolina teve alta média de 0,51% no mês. Porém, o etanol seguiu em deflação (-7,69%).
O grupo alimentação e bebidas também mostrou aceleração média dos preços, aumentando mais em outubro (0,19%) do que em setembro (0,06%). A batata-inglesa foi o item com o maior aumento de preços no mês, dentre todos os investigados para formar o IPCA (21,16%).
Apesar disso, os alimentos também tiveram o item com a maior deflação em outubro e, assim, o que mais ajudou a segurar a inflação no mês na RMS: o leite longa-vida (-8,53%). Ainda assim, o produto ainda tem forte alta acumulada no ano (46,12%).
O grupo que apresentou o maior aumento absoluto no IPCA do mês foi vestuário (2,04%), que também acumula a alta mais expressiva no ano de 2022 (20,06%). A principal pressão inflacionária do grupo no mês foram as roupas masculinas (2,40%), em especial, as camisas (3,14%).