Em 2017, 14,5% da população de 25 anos ou mais de idade na Bahia (1,358 milhão de pessoas, em números absolutos) não tinham instrução, ou seja, não haviam cursado sequer um ano do ensino formal. Era o segundo maior percentual de pessoas sem instrução no país, empatado com o Ceará e abaixo apenas de Maranhão e Alagoas, ambos com 17,8%.
No Brasil, em 2017, o percentual de pessoas sem instrução era a metade do baiano (7,2% frente a 7,8% em 2016). O contingente dos sem instrução no estado praticamente não se alterou em relação a 2016, quando representava 14,6% da população de 25 anos ou mais; se reduzindo em apenas 471 pessoas de um ano para o outro. Os dados são do módulo temático sobre Educação (2016-2017), da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgado hoje pelo IBGE.
O percentual de adultos sem instrução na Bahia é maior entre os homens (15,0%, frente a 14,1% das mulheres) e entre os pretos ou pardos (14,8% frente a 13,6% dos brancos). Além do elevado percentual de população sem instrução, na Bahia, em 2017, pouco menos de 4 em cada 10 pessoas de 25 anos ou mais de idade (38,5% ou cerca de 3,6 milhões em números absolutos) tinham ao menos o ensino médio concluído, ou seja, haviam finalizado a educação básica obrigatória.
E menos de 1 em cada 10 baianos (9,8% ou 918,5 mil pessoas) tinha nível superior – quarto menor percentual do país. Ambos os percentuais tiveram aumentos bem discretos em relação a 2016, quando eram 38,1% (mais 60.719 pessoas em um ano) e 9,2% (mais 61.844 pessoas em um ano), respectivamente. Continuavam, entretanto, distantes da média nacional. No Brasil, 46,1% das pessoas de 25 anos ou mais de idade tinham ao menos o ensino médio concluído e 15,7% tinham nível superior completo em 2017.
Há desigualdades importantes nesses indicadores, que favorecem as mulheres, por um lado, e as pessoas de cor branca, por outro. Na Bahia, em 2017, 42,9% das mulheres tinham ao menos a educação básica, enquanto 12,0% tinham curso superior. Para os homens, esses percentuais eram, respectivamente, de 33,8% e 7,4%. O percentual de pessoas brancas com ensino básico completo (46,3%) era quase igual à média geral do país, e 17,6% dos brancos tinham ensino superior. Já entre as pessoas negras (pretas ou pardas), 36,9% tinham a educação básica e 8,1% haviam concluído a universidade.
Média de anos de estudo não chega ao ensino fundamental completo
A média de anos de estudo reflete o nível de instrução da população. Na Bahia, em 2017, em média, as pessoas de 25 anos ou mais de idade tinham 7,8 anos de estudo, o que não chega a ser o ensino fundamental completo (9 anos). Não houve praticamente variação em relação ao ano anterior, quando a média de anos de estudo era de 7,7.
Em 2017, o estado tinha a sexta menor média de anos de estudo do país, mais de 1 ano abaixo do Brasil como um todo (9,1 anos de estudo, o equivalente ao ensino fundamental concluído, frente a 8,9 em 2016) e bem menor que os lideres nesse indicador: Distrito Federal (11,4 anos ou quase o ensino médio), São Paulo (10,4) e Rio de Janeiro (10,2).
As mulheres e as pessoas de cor branca têm maiores médias de anos de estudo. Na Bahia, em 2017, as mulheres estudavam em média, 8,2 anos, frente a 7,3 dos homens. Já as pessoas que se declaravam de cor branca tinham, em média, 8,6 anos de estudo, frente a 7,6 dos negros (pretos ou pardos) – em ambos os casos, a diferença era de cerca de 1 ano.
Falta de escola ou de vagas afeta 30,9% das crianças que estão fora das salas
Na Bahia, em 2017, 4,484 milhões de pessoas frequentavam escola ou creche. Em relação a 2016, a frequência à escola ou creche avançou apenas nas faixas etárias da educação infantil: passou de 92,8% para 95,1% entre as crianças de 4 e 5 anos (+29 mil estudantes) e de 26,2% para 28,3% entre as crianças de 0 a 3 anos (+10 mil na escola).
Assim, em 2017, a taxa de escolarização das crianças de 0 a 3 anos no estado (28,3%), embora abaixo da média nacional (32,7%) era a 12ª mais alta entre os estados. Já o percentual de crianças de 4 e 5 anos na escola na Bahia (95,1%) era maior que a média do país (91,7%) e o sexto mais elevado entre os estados.
A ampliação do acesso, em relação a 2016, ocorreu, de fato, para as crianças negras (pretas ou pardas): o percentual das que estavam na escola passou de 25,0% para 28,4% na faixa de 0 a 3 anos e de 91,6% para 95,5% na de 4 e 5 anos. Já para as brancas, houve variações negativas nessas taxas de escolarização (de 31,0% para 28,2% e de 97,3% para 93,4% respectivamente).
Também foi maior o aumento da escolarização entre os meninos (de 23,0% para 29,2% na faixa de 0 a 3 anos e de 91,6% para 95,4% na de 4 e 5 anos) do que entre as meninas (de 29,4% para 27,1% e de 94,1% para 94,7%, respectivamente).
Ainda assim, em 2017, 581 mil crianças de 0 a 5 anos não frequentavam creche ou escola na Bahia. Quase 1/3 delas (30,9% ou 179 mil) por não haver escola ou creche na localidade em que viviam ou por elas serem distantes (132 mil); ou por falta de vaga na escola ou creche (47 mil).
Era um percentual acima da média do país (27,4%) e o nono mais alto entre os estados. A maior parte das crianças estava fora da creche/ escola na Bahia, em 2017, porque os pais ou responsáveis não queriam que frequentassem (44,2% ou 257 mil). Ainda assim, esse percentual estava bem abaixo da média nacional (58,8%) e era o terceiro mais baixo entre os estados, acima apenas de Maranhão (36,0%) e Acre (42,8%).
O percentual de crianças de até 5 anos que não frequentavam a creche/ escola por não haver escola ou não haver vaga cresceu, no estado, em relação a 2016 (era 28,6%). Por outro lado, diminuiu o daquelas que os pais ou responsáveis não queriam que frequentassem (era 52,6%).