As baianas Ápice Investimentos e ACT Investimentos, ambas agências autônomas da XP, desistiram de conversas para uma fusão, disse uma fonte com conhecimento direto sobre o assunto ao Pipeline – site de negócios do jornal Valor Econômico. A operação criaria o maior escritório de investimentos da região Nordeste do país. De acordo com a publicação, o negócio foi desfeito por “divergências em relação à composição das empresas combinadas”.
“Para concretizar a fusão, eles precisariam diluir demais a posição dos sócios da Ápice, ajustada pela menor rentabilidade. Os melhores escritórios da XP tem ROA de 0,8%, no mínimo, especialmente os que são fortes em renda variável, que gera mais corretagem. E o ROA do Ápice está abaixo disso”, disse um executivo a par dos detalhes, comparando o retorno sobre ativos.
O executivo disse ao Pipeline que a Ápice atua fortemente em distribuição de fundos, segmento com menor rebate quando comparado a operações estruturadas e renda variável. “Obviamente já se sabia desse perfil de cada um deles, mas muitas vezes se anuncia o deal para tentar rever a relação de troca depois “, emenda outra fonte.
Sem evolução nesses temas, a ACT foi quem acabou jogando a toalha, apurou o Pipeline. Como credenciadora, a XP não costuma se envolver nesse tipo de discussão, que é uma definição dos escritórios envolvidos.
As empresas
Com sede no Empresarial Mundo Plaza, em Salvador, a ACT Investimentos possui uma equipe com cerca de 100 especialistas. Tem mais de R$3,5 bilhões sob assessoria e mais de 5 mil clientes ativos. Já a Ápice tem sede no Ed. Empresarial Thomé de Souza, também em Salvador, e conta ainda com filiais em Recife, Maceió e Fortaleza. Com apenas quatro anos, soma R$2,8 bilhões sob custódia.
Procuradas, as companhias confirmaram, em nota ao Pipeline, que “decidiram não seguir com a fusão”. Uma vez que não tinha ocorrido ainda integração de operações, a ACT e a Ápice complementam que “não há nenhum impacto aos clientes”.