O Indicador de Confiança dos micro e pequenos empresários dos segmentos do varejo e de serviços calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) cresceu 18,0% na comparação entre junho e o mesmo mês do ano anterior, passando de 36,38 pontos para 42,93 pontos. Na comparação mensal com maio, quando o indicador estava em 42,19 pontos, houve um leve aumento de 1,77%.
Mesmo que tenha havido uma melhora no indicador de confiança nas duas bases de comparação, ele ainda mostra um quadro geral de pessimismo por parte dos pequenos empresários, uma vez que segue abaixo do nível neutro de 50 pontos. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiante está o micro e pequeno empresário consultado.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a retomada da confiança é peça fundamental para o país esboçar sinais de melhora em meio à crise. “Se há otimismo, os empresários estão mais dispostos a assumir riscos para ampliar seus negócios e contratar mais funcionários. Mas o humor do empresariado também depende de medidas efetivas do governo para conter o aumento do desemprego e da deterioração fiscal, o que poderá ser observado nos próximos meses com o desenrolar da crise e dos fatos políticos”, afirma.
Apesar das projeções técnicas apontarem para mais um ano de recessão, o indicador demonstra que os micro e pequenos empresários já nutrem alguma esperança com relação ao futuro da economia e dos seus negócios. “O desempenho econômico piorou sensivelmente e não escapa à percepção dos micro e pequenos empresários. Ao longo desse período, empresários e consumidores depararam-se com ambiente de grande incerteza e viram o impasse político paralisar a agenda econômica, o que agravou o quadro recessivo. Mas com a aparente expectativa de resolução da crise política, a retomada da agenda econômica e os primeiros indicadores de estabilização da economia, paulatinamente deve haver alguma retomada da confiança dos empresários”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já por meio das expectativas, o indicador busca medir o que se espera para os próximos seis meses.