Com uma piora das expectativas para a economia mundial, volume e preços dos produtos exportados pelo estado recuaram em maio. As vendas externas somaram US$ 800,9 milhões no mês passado, com queda de 15,4%, no comparativo interanual. Esse resultado foi influenciado tanto pela queda no volume embarcado, que recuou 13,5%, quanto pelo fator preço, 2,2% inferior a maio de 2024. No acumulado até maio, as vendas externas da Bahia alcançaram US$ 4,56 bilhões, o que ainda supera o resultado obtido em igual período do ano passado em 2,6%.
Ao mesmo tempo, as importações, despencaram 58%, a US$ 655,9 milhões, resultado aquém das expectativas, mas que mostra o impacto da política monetária influenciando nas expectativas sobre o ritmo da atividade econômica. O volume de desembarques caiu 53,4%, enquanto que os preços ficaram 10% menores no comparativo com maio de 2024.
As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A retração das exportações foi puxada pela indústria (-36.2%), principalmente, pela queda nas vendas de derivados de petróleo em 80,3%, produtos químicos em (-19%), papel e celulose (-17,5%) e produtos metalúrgicos (-12%), todos comparados a igual mês de 2024.
O volume embarcado de derivados de petróleo apresentou o recuo mais significativo: (-76,7%) diante do aprofundamento da queda nas cotações do petróleo no mercado internacional em meio aos receios de excesso de oferta, em um momento em que a perspectiva para a demanda global permanece incerta.
Em maio o desempenho das principais commodities agrícolas exportadas pela Bahia foi afetado pela queda de preços, apesar do aumento de volume. Isso ocorre devido ao aumento da safra agrícola prevista para este ano em 9,8%. O crescimento das receitas da agropecuária no mês passado chegou a 14,1% no comparativo interanual puxado pelo aumento do quantum que cresceu 28,7%, já que os preços médios recuaram 11,4%. O preço da soja, item mais exportado em maio, caiu 10,5% contra igual mês de 2024.
Já a indústria extrativa, cresceu 4,8% puxado pelas vendas de ouro, sempre visto historicamente como um porto seguro em tempos de instabilidade econômica e geopolítica.
Importação
O valor importado em maio teve queda de 58%, enquanto o volume recuou 53,4% com queda de 10% nos preços comparados a maio/24. Há desaceleração em relação ao acumulado até maio. Nesse período o desembolso com compras externas caiu 19,5%, com queda no volume (-25,5%), mas valorização de 8% nos preços médios, sempre contra igual período de 2024.
Mesmo em queda, a importação em maio é um reflexo de um consumo que ainda segue muito aquecido e dos investimentos. Essas categorias tiveram crescimento de 23,7% e 75,7% respectivamente no comparativo interanual. De certa forma, a importação de bens de consumo reflete essa demanda interna que ainda está aquecida e que acaba vazando para o exterior. Já o aumento em bens de capital se concentraram em veículos, aviões e máquinas e aparelhos mecânicos, previstos para acontecer neste novo ciclo de investimentos no estado.
No acumulado de janeiro a maio as importações aumentaram em três das quatro categorias econômicas. A exceção foi combustíveis, com queda de 60,3%, sempre comparado a igual período do ano anterior.
Créditos: SEI