O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,68%, em junho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O resultado veio depois de duas deflações seguidas (-0,16% em abril e -0,47% em maio) e ficou bem acima também da variação de junho de 2019 (0,01%).
A inflação de junho na RMS foi a segunda mais elevada dentre os 16 locais investigados pelo IBGE, menor apenas que a alta registrada na Região Metropolitana de Curitiba (0,80%). Ficou também significativamente acima da inflação do país como um todo (0,26%).
Com o resultado de junho, o IPCA da RMS acumula alta de 0,72% no primeiro semestre de 2020. Está bem acima do verificado no Brasil como um todo (0,10%). Nos 12 meses encerrados em junho, a inflação acumulada na RMS ficou em 2,35%, também acelerando em relação ao 1,66% acumulado até maio e passando, pela primeira vez no ano, a ficar acima do índice nacional (2,13%).
Forte alta dos combustíveis
A inflação de maio na RMS em junho foi resultado de aumentos verificados em sete dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. No mês, apenas vestuário (-1,28%) e despesas pessoais (-0,06%) tiveram variações negativas.
Com o maior aumento médio e uma forte aceleração em relação a maio, quando havia registrado deflação de -4,11%, o grupo transportes (2,41%) foi o que mais puxou o IPCA de junho para cima, A influência veio quase que exclusivamente dos combustíveis (12,85%), com aumentos importantes da gasolina (13,54%) do etanol (13,35%) e, em bem menor escala, do diesel (1,89%).
O aumento dos combustíveis conseguiu neutralizar a nova queda nos preços das passagens aéreas (-25,36%), que foi ainda mais intensa do que a verificada em maio (-23,87%) e, individualmente, o que mais segurou o IPCA de junho. Os alimentos (0,70%) também seguiram pressionando a inflação para cima no mês, com a terceira maior alta entre os grupos e a segunda principal contribuição no IPCA.
A alimentação em casa teve a principal influência (0,84%), puxada pelas carnes em geral (2,34%), pelas frutas (4,58%) e pelos cereais, leguminosas e oleaginosas (5,09%). A alimentação fora (inclusive delivery) também aumentou (0,32%), puxada fortemente pelos lanches (2,03%).
Apesar de continuarem pressionando a inflação da RMS, em junho (0,70%) os alimentos desaceleraram em relação maio (1,18%). Isso ocorreu devido à queda média nos preços de itens importantes que vinham em forte alta, como o tomate (-18,16%) e a cebola (-6,63%).