O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) iniciou uma greve de fome e decidiu permanecer nas dependências da Câmara dos Deputados como forma de protesto contra o processo de cassação que enfrenta no Conselho de Ética da Casa. A medida extrema foi anunciada por ele durante a sessão que aprovou o parecer recomendando a perda de seu mandato.
O processo contra Glauber Braga, filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), teve início após um episódio ocorrido em 2023, no qual ele se envolveu fisicamente — com chutes e empurrões — ao o ativista de direita Gabriel Costenaro, do grupo MBL. O caso foi encaminhado ao Conselho de Ética, que aprovou o relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) recomendando a cassação do parlamentar. A decisão final ainda será analisada pelo plenário da Câmara, em data a ser definida.
Glauber tem dormido no chão do plenário de uma das comissões, acompanhado por quatro assessores e dois apoiadores. Segundo sua equipe, a decisão foi tomada de forma pessoal, sem consulta prévia à bancada ou à família. A própria esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), foi surpreendida e acompanhou o marido até o fim da noite, antes de voltar para casa para cuidar do filho do casal, de três anos.
A Câmara colocou um policial legislativo no local para garantir a segurança do parlamentar, que também será acompanhado por médicos voluntários durante o período da greve. Ele está ingerindo apenas água e isotônicos e passou por exames que indicaram boas condições de saúde até o momento.
Enquanto aguarda o desfecho do caso, o deputado afirma que manterá a greve e a permanência na Câmara. Ele também decidiu evitar entrevistas, delegando a interlocutores a tarefa de se comunicar com a imprensa.
A agressão após provações reiteradas, caracterizou para a maioria da Câmera em votação, falta de decoro. Até que ponto vai a polarização instaurada no nosso país, que deteriora as relações sociais e políticas?