O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,10% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em dezembro, acima da deflação de novembro (-0,26%), mas abaixo do índice de dezembro de 2016 (0,32%). No último mês do ano passado, o IPCA na RMS foi menor que a média nacional (0,44%) e a mais baixa variação positiva entre as 13 áreas pesquisadas, acima apenas da deflação registrada na RM Belém (-0,18%). Os dados foram divulgados hoje (9/01/2018) pelo IBGE.
Com esse resultado, a inflação de 2017 fechou em 2,14% na Região Metropolitana de Salvador, abaixo da média nacional (2,95%) e a 4ª variação mais baixa entre as 13 áreas pesquisadas. Tanto a inflação de dezembro (0,10%) quanto a de 2017 (2,14%) foram as mais baixas para a RMS em quase 20 anos – desde 1998, quando o IPCA teve deflação de -0,18% em dezembro e fechou o ano em 1,90%.
Em 2017, a inflação foi mais alta em Brasília (3,76%), Goiânia (3,76%) e na RM São Paulo (3,63%). Os índices mais baixos foram os da RM Belém (1,14%), da RM Belo Horizonte (2,03%) e do município de Campo Grande/MS (2,11%).
Transportes, vestuário e saúde e cuidados pessoais têm maior impacto
Em dezembro de 2017, dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, seis apresentaram aumento, na Região Metropolitana de Salvador. Com os maiores aumentos mensais, os custos com transportes (0,68%), vestuário (1,19%) e saúde e cuidados pessoais (0,36%) exerceram, nesta ordem, as principais pressões de alta na inflação de dezembro na RMS.
As passagens aéreas (21,1%) e a gasolina (1,22%) foram os itens que, individualmente, mais contribuíram para o aumento da inflação de dezembro em Salvador. No grupo vestuário, as roupas em geral (1,63%) tiveram impacto importante; e no grupo saúde e cuidados pessoais, a principal pressão veio dos planos de saúde (1,04%).
Por outro lado, as despesas com habitação (-1,06%), alimentação e bebidas (-0,10%) e comunicação (-0,24%) tiveram deflação em dezembro e, com isso, ajudaram a conter o IPCA do mês na RMS.
Dentre os gastos com moradia, os recuos mais importantes vieram da energia elétrica (-5,56%) e do gás de botijão (-0,89%). Já a retração do grupo alimentação foi influenciada principalmente pela redução dos preços da alimentação fora de casa (-0,85%), já que a alimentação no domicílio teve alta em dezembro (0,25%).
No ano de 2017, inflação foi puxada por gastos com habitação e transportes
Em 2017, sete dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA tiveram aumentos na Região Metropolitana de Salvador. Desses, os que tiveram mais peso na inflação do ano foram habitação (5,91%) e transportes (3,08%).
Entre as despesas com moradia, destacam-se aquelas com aluguel e taxas, que aumentaram 6,43% em 2017. Nesse grupo está a taxa de água e esgoto, que, com variação de 18,12% no ano passado, foi o item que, individualmente, mais puxou a inflação da RMS para cima. Também foi importante no grupo habitação o aumento dos combustíveis e energia (7,64%), influenciado pelas altas da energia elétrica (8,14%) e do gás de botijão (6,90%).
Dentre os gastos com transportes, destacam-se aqueles com transporte público, que tiveram aumento de 6,67%, puxados pelos preços das passagens dos ônibus urbanos (9,15%); e dos combustíveis (5,66%), pressionados sobretudo pela gasolina (6,29%).
Em 2017, na RMS, os gastos com educação (8,62%) tiveram o maior aumento, em termos de magnitude do IPCA. Foi uma variação acima da média nacional (7,11%) e a segunda maior no ano entre as regiões investigadas, abaixo apenas da registrada na Grande Vitória/ES (8,96%).
Alimentação exerce principal impacto no sentido de conter o IPCA
A principal influência no sentido de conter a inflação na Região Metropolitana de Salvador veio das despesas com alimentação e bebidas, que tiveram a primeira deflação (-2,15%) desde 1997 (-1,44%) e a mais intensa desde o início do Real, em 1994.
Em 2017, todas as regiões pesquisadas pelo IPCA tiveram deflação nos alimentos, sendo as mais intensas nas RMs Belém (-4,28%), Belo Horizonte (-4,05%) e Fortaleza (-3,34%).
Em Salvador, o recuo do grupo alimentação e bebidas foi influenciado pela deflação da alimentação no próprio domicílio (-4,68%). Quatro dos cinco itens que, individualmente, mais puxaram a inflação de 2017 na RMS para baixo foram alimentos, liderados pelo feijão carioca (-46,71%), açúcar cristal (-15,38%) e leite longa vida (-13,13%).
Entretanto, comer fora de casa ficou mais caro em 2017. A alimentação fora do domicílio teve aumento de 3,88%, puxada pelas refeições (almoço e jantar), que aumentaram 5,61%.