O fenômeno dos jogos de azar tem ganhado uma nova dimensão com a ascensão das apostas online, tornando-se uma preocupação crescente para pais e educadores. Em um mundo onde a acessibilidade digital é uma realidade cotidiana, os adolescentes estão cada vez mais expostos a essas práticas.
Hoje, os adolescentes têm acesso facilitado a plataformas de apostas online, frequentemente sem a necessidade de verificação rigorosa da idade. Esses sites não apenas oferecem uma ampla gama de opções de apostas, mas também são promovidos de maneira atraente por influenciadores digitais.
“Muitas vezes, os jovens são seduzidos por imagens que atestam ganhos rápidos e fáceis, sem uma compreensão adequada dos riscos envolvidos. A exposição constante a esses conteúdos pode obscurecer a percepção dos adolescentes sobre os perigos reais e as consequências do jogo”, diz a psicóloga Miriam Carvalho.
Para a psicóloga, que também é professora na Estácio, o comportamento de jogo entre adolescentes pode ter sérias implicações para sua saúde mental e bem-estar. O acesso irrestrito a sites de apostas pode levar a um ciclo de jogo compulsivo, onde a busca por ganhos pode rapidamente se transformar em um vício. “Esse vício pode impactar negativamente áreas importantes da vida do jovem, como desempenho escolar, relações familiares e até mesmo a saúde financeira”, pontua a profissional.
Intervenção dos responsáveis:
Para proteger crianças e adolescentes dos riscos associados aos jogos de azar, a psicóloga lista estratégias proativas:
1. Educação e Conscientização: Manter-se informado sobre o mundo das apostas online e os seus impactos é fundamental. Pais devem se educar sobre as plataformas e práticas associadas aos jogos de azar para poderem conversar com seus filhos de forma informada e construtiva.
2. Diálogo Aberto: Promover conversas abertas e honestas com os filhos sobre os riscos dos jogos de azar é essencial. Evitar abordagens alarmistas e, em vez disso, focar em discutir as consequências reais e os perigos envolvidos pode ajudar a criar um ambiente de confiança.
3. Controle e Monitoramento: Implementar medidas para monitorar o uso de dispositivos e plataformas digitais dos filhos pode ajudar a limitar o acesso a sites de apostas. Além disso, considerar o uso de ferramentas de controle parental para restringir o acesso a determinados conteúdos pode ser eficaz.
4. Gerenciamento Financeiro: Orientar os filhos sobre o valor do dinheiro e a importância do gerenciamento financeiro pode ajudar a prevenir comportamentos impulsivos relacionados a apostas. Envolver os adolescentes em discussões sobre orçamento e economia pode reforçar uma abordagem mais responsável em relação ao dinheiro.
5. Apoio e Recursos: Em casos onde o vício já está instalado, buscar ajuda profissional pode ser uma opção necessária. Existem recursos e grupos de apoio especializados que podem oferecer assistência para lidar com o problema de forma eficaz.