O apodrecimento de frutas é uma preocupação na cadeia de supermercados e entre consumidores brasileiros. Quem nunca se deparou com a desagradável surpresa de encontrar uma fruta estragada em casa? Buscando alternativas para esse problema, estudantes do Colégio Estadual de Tempo Integral Norberto Fernandes, no município de Caculé, desenvolveram um biofilme, à base de romã e jatobá, que tem potencial de combater o apodrecimento de frutas como manga, banana e maçã.
Os jovens cientistas Álvaro Costa, Arthur Mota, Artur Trindade, João Brito, Lavínia Neres e Ludmila Novaes pensaram em buscar matérias-primas abundantes na região. “A ideia, que surgiu em sala de aula, foi usar frutas e plantas que a gente já conhece do dia a dia, mas que nem sempre têm seu potencial valorizado. A romã e o jatobá chamaram atenção por terem propriedades antimicrobianas e antioxidantes naturais, por isso pensamos em juntar essas características para criar algo que ajudasse na conservação de alimentos”, afirmam Artur Trindade e João Brito.
Depois da pesquisa teórica sobre as propriedades químicas dos ingredientes, os estudantes prepararam os extratos das plantas e fizeram os testes de formulação até chegar na textura e espessura que consideravam ideais para o biofilme. “Aplicamos nas mangas e acompanhamos o tempo de conservação comparando com frutas sem o revestimento. Tivemos ótimos resultados também com a aplicação na maçã e na banana”, destaca Ludmila Sousa.
Entusiasmada com a possibilidade de patentear a ideia, a professora orientadora, Edjane Costa, valoriza a participação dos estudantes em projetos científicos. “A inserção dos jovens na ciência e no empreendedorismo é fundamental. Quando o aluno tem a chance de pesquisar, testar ideias e ver resultados concretos, ele começa a enxergar o conhecimento de outra forma. É uma forma de despertar a criatividade, o senso crítico e até novas perspectivas de futuro profissional”, diz.
Destaque no Bahia Tech Experience (BTX), principal evento de inovação do estado, promovido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e Sebrae, o biofilme conta com apoio da Secretaria da Educação (SEC) e da comunidade escolar. As próximas etapas, segundo Edjane Costa, envolvem o aprimoramento da fórmula para testagem em outras frutas e alimentos. “Também queremos fazer análises mais detalhadas sobre o tempo de conservação e buscar parcerias com universidades ou empresas pra dar continuidade ao desenvolvimento”.
























